Mesmo com os sistemas de segurança avançados do euro, continua a existir a possibilidade — embora reduzida — de uma nota falsa chegar às mãos de qualquer cidadão.
Nestes casos, é essencial conhecer os principais elementos de segurança e saber como agir corretamente, já que tentar utilizar uma nota contrafeita constitui crime.
Como identificar uma nota falsa
O Banco Central Europeu (BCE) recomenda o método “Tocar, Observar e Inclinar”, uma técnica simples que permite verificar a autenticidade de uma nota sem recurso a equipamentos especiais.
1. Tocar na nota
As notas verdadeiras são impressas em algodão, o que lhes confere uma textura firme e ligeiramente rugosa. Ao passar os dedos, é possível sentir relevo em elementos como as iniciais do BCE, o pórtico ou janela, os números de denominação e as marcas tácteis. Uma nota lisa ou demasiado fina pode ser sinal de falsificação.
2. Observar contra a luz
Ao colocar a nota contra uma fonte de luz, devem ser visíveis vários elementos:
- Marca de água, com o retrato ou motivo arquitetónico;
- Filete de segurança, uma faixa escura embutida no papel;
- Janela com retrato (presente nas notas de 20, 50, 100 e 200 euros da série Europa);
- Registo frente/verso (nas notas da série 1), que completa o número do valor quando visto à transparência.
3. Inclinar a nota
Ao inclinar a nota, surgem outros detalhes que comprovam a sua autenticidade:
- Banda holográfica com o retrato, símbolo do euro e valor da nota;
- Número esmeralda, que muda de cor (de verde para azul) e cria um efeito luminoso ascendente ou descendente;
- Holograma-satélite (nas notas de 100 e 200 euros), com pequenos símbolos do euro que se movem à volta do número do valor quando expostos à luz.
Equipamentos auxiliares
Em casos de dúvida, é possível recorrer a equipamentos de deteção, como lupas, luz ultravioleta ou luz infravermelha.
- Com lupa, deve verificar se os microtextos das notas são legíveis e nítidos, e não desfocados.
- Sob luz ultravioleta, as notas verdadeiras revelam pequenas fibras coloridas embutidas no papel e mostram elementos fluorescentes.
- A luz infravermelha permite distinguir zonas opacas e transparentes específicas, invisíveis a olho nu.
Estes dispositivos são comuns em bancos, lojas e estabelecimentos comerciais que manuseiam numerário com frequência.
O que fazer se receber uma nota falsa
Se houver suspeita quanto à autenticidade de uma nota, a regra principal é não a aceitar. Notas contrafeitas não têm valor e não podem ser trocadas por notas genuínas.
Caso o engano só seja percebido mais tarde, é importante seguir estes passos:
- Não colocar a nota em circulação. Passar uma nota falsa constitui crime de passagem de moeda falsa, punido por lei.
- Entregar a nota às autoridades competentes, a um banco ou diretamente ao Banco de Portugal.
- Comunicar o caso à polícia, explicando onde e quando a nota foi recebida.
- Contactar o Banco de Portugal para obter esclarecimentos ou confirmar a autenticidade através de peritagem oficial.
O Banco de Portugal é a única entidade com competência para analisar notas suspeitas e determinar se são genuínas.
Como reduzir o risco de receber notas falsas
Embora o número de falsificações em circulação seja reduzido, é possível adotar algumas medidas preventivas:
- Observar sempre a nota antes de a aceitar, especialmente em transações de valor elevado;
- Evitar trocas diretas de dinheiro em locais pouco iluminados ou de confiança duvidosa;
- Em vendas particulares, optar por transferências bancárias ou pagamentos digitais;
- Em contexto profissional, garantir que os colaboradores recebem formação sobre deteção de notas falsas.
Segundo o BCE, o número de notas contrafeitas detetadas na zona euro tem vindo a diminuir progressivamente, fruto da atualização dos elementos de segurança e do aumento da vigilância. Ainda assim, a prevenção continua a ser a melhor forma de proteção.







