As pensões deverão voltar a ser atualizadas em 2026, mas o impacto não será igual para todos. As projeções apontam para aumentos diferenciados consoante o valor da pensão, e só os beneficiários com prestações até 1.045 euros deverão registar ganhos reais de poder de compra.
A proposta de Orçamento do Estado para 2026, apresentada esta semana, prevê um reforço significativo na despesa com pensões: mais 1.286 milhões de euros face ao ano anterior. No total, as prestações passam de 24.704 milhões de euros em 2024 para 25.990,8 milhões em 2025, o que representa um crescimento de 5,2%.
Como são calculados os aumentos
As subidas seguem a fórmula legal de atualização, que conjuga a inflação média dos últimos 12 meses (sem habitação) e o crescimento do PIB.
Embora o Governo ainda não tenha divulgado os valores finais, as estimativas apontam para uma inflação de 2,28% e um crescimento económico de 2,11% em 2025. Estes indicadores determinam os escalões de aumento previstos para 2026.
Na prática, o objetivo do mecanismo é ajustar as pensões ao custo de vida, sem comprometer a sustentabilidade do sistema. No entanto, quando as previsões de inflação superam os aumentos aplicados, os pensionistas com rendimentos mais altos tendem a perder poder de compra.
Aumentos previstos por escalão
Com base nos cálculos do Jornal de Negócios, os aumentos deverão distribuir-se da seguinte forma:
- Pensões até 1.045 euros
Atualização prevista de 2,7%, ligeiramente acima da inflação estimada para 2026. Este será o único grupo com ganho real no rendimento. - Pensões entre 1.045 e 3.135 euros
Aumento de 2,11%, alinhado com o crescimento económico esperado. Neste escalão, o rendimento tende a manter-se estável em termos reais. - Pensões entre 3.135 e 6.270 euros
Subida de 1,86%, abaixo da inflação prevista. Para estes pensionistas, deverá verificar-se uma ligeira perda de poder de compra.
A diferença entre escalões resulta das regras da fórmula, que prevêem aumentos mais expressivos nos rendimentos mais baixos, com o objetivo de proteger quem está mais exposto à subida dos preços.
Complemento Solidário para Idosos: subida e impacto
A proposta orçamental confirma também o aumento do Complemento Solidário para Idosos (CSI). O valor mensal sobe dos atuais 630 para 670 euros em 2026, correspondendo a um acréscimo de 40 euros. O reforço inclui ainda a atualização adicional de 5% anunciada para o início de 2025.
A despesa com o CSI deverá atingir 671,8 milhões de euros no próximo ano. Este apoio é atribuído a pessoas com mais de 66 anos e baixos rendimentos, garantindo um limiar mínimo de recursos para fazer face às despesas essenciais.
Atualmente, cerca de 230 mil pensionistas recebem esta prestação, embora o número possa variar conforme os critérios de elegibilidade que venham a ser definidos.
O que esperar nas próximas semanas
Os valores finais das atualizações só ficarão totalmente definidos após a divulgação dos dados oficiais de inflação e crescimento económico. Estes indicadores são conhecidos no início de dezembro, e é com base neles que o Governo fecha as percentagens definitivas.
O tema deverá continuar no centro do debate público, sobretudo porque as diferenças entre escalões têm impacto direto no rendimento de milhares de pensionistas.
A discussão sobre a sustentabilidade do sistema previdencial, as projeções demográficas e o peso crescente da despesa com pensões também deverá marcar a agenda política de 2025.
Para já, a tendência aponta para uma atualização moderada, num contexto de inflação controlada e crescimento económico estável. O foco continua concentrado nos rendimentos mais baixos, que voltarão a ser os mais reforçados pelo Orçamento do Estado.








Eu que sou reformado desde 2006 e tenho 58 anos vou continuar a receber uma reforma de caca pois não tenho 66 anos para receber mais alguma coisa pois recebo ,440 € enquanto alguns que não fazem nada para contribuir ainda recebem mais e não é tão pouco como eu e outros e ainda vão para os cafés e comem e bebem e fumam todo o dia as nossas custas e não fazem nada