Lisboa é uma cidade cheia de encantos e surpresas, onde podemos encontrar monumentos históricos, museus fascinantes e bairros pitorescos. Mas há um lugar que muitos lisboetas e turistas desconhecem, e que merece ser descoberto: o Palácio de Santos.
O Palácio de Santos é um dos mais belos e importantes palácios de Lisboa, que atualmente funciona como a embaixada de França em Portugal. O palácio foi construído entre os séculos XVII e XVIII pela família Lancastre, e resistiu ao terramoto de 1755, preservando assim aspectos únicos do barroco português. O palácio também serviu de residência régia até 1578, e foi adquirido pelo governo francês em 1911.
Neste artigo, vamos descobrir a história do Palácio de Santos, a sua arquitetura e como o podemos visitar. Vamos também responder a algumas perguntas frequentes sobre este tesouro escondido da capital portuguesa.

A história do Palácio de Santos
O Palácio de Santos tem uma longa e rica história, que se confunde com a da própria cidade de Lisboa. A sua origem remonta a finais do século XV, quando o rei D. Manuel I mandou construir uma casa junto ao rio Tejo, para servir de residência aos seus filhos bastardos. Essa casa foi ampliada e embelezada ao longo dos anos, até se tornar num palácio digno da corte.
O palácio foi habitado por vários membros da família real portuguesa, entre eles o rei D. Sebastião, que aqui passou os seus últimos dias antes de partir para a desastrosa batalha de Alcácer-Quibir, em 1578. Depois da morte do rei sem herdeiros diretos, o palácio passou para as mãos do duque de Bragança, que se tornaria no rei D. João IV após a restauração da independência de Portugal em 1640.
O duque de Bragança vendeu o palácio ao conde de Aveiras, que por sua vez o vendeu ao marquês de Abrantes, D. Pedro Álvares Pereira de Melo. Foi este nobre que iniciou uma grande reforma no palácio, dando-lhe o aspeto barroco que ainda hoje se pode admirar. O marquês de Abrantes era um grande admirador da cultura francesa, e contratou arquitetos e artistas franceses para decorar o palácio com pinturas, azulejos, estuques e talhas douradas.

O Palácio de Santos resistiu ao terramoto de 1755, que devastou grande parte da cidade de Lisboa. No entanto, sofreu alguns danos causados pelo fogo e pelo maremoto que se seguiram ao abalo sísmico. O marquês de Abrantes mandou restaurar o palácio com a ajuda do arquiteto italiano Giacomo Azzolini, que acrescentou alguns elementos neoclássicos à fachada principal.
O palácio continuou na posse da família Lancastre (o título dos marqueses de Abrantes) até 1911, quando foi vendido ao governo francês por 400 mil francos. O governo francês instalou ali a sua embaixada em Portugal, função que ainda hoje desempenha. Em 1948, o palácio foi classificado como Monumento Nacional pelo Estado Português.
A arquitetura do Palácio de Santos
O Palácio de Santos é um exemplo notável da arquitetura barroca portuguesa, com influências francesas e italianas. O palácio tem uma planta em forma de U, com um pátio central rodeado por três corpos. A fachada principal, voltada para a rua, tem um portal de pedra ladeado por duas torres quadrangulares. A fachada posterior, voltada para o rio, tem um alpendre sustentado por colunas, que oferece uma vista magnífica sobre o Tejo.
O interior do palácio é composto por várias salas e salões, decorados com pinturas, azulejos, estuques e talhas douradas. Algumas das salas mais emblemáticas são:
- A Sala dos Embaixadores, onde se realizam as receções oficiais. Esta sala tem um teto pintado pelo francês Pierre Antoine Quillard, que representa a Apoteose de Hércules. As paredes estão revestidas de azulejos azuis e brancos, que retratam cenas da mitologia grega.
- A Sala dos Espelhos, que deve o seu nome aos grandes espelhos que cobrem as paredes. Esta sala tem um teto pintado pelo italiano Francesco Melzi, que representa a Glória de Apolo. O pavimento é de mármore policromado, com desenhos geométricos.
- A Sala de Jantar, que tem um teto pintado pelo francês Jean Pillement, que representa a Primavera. As paredes estão decoradas com azulejos azuis e brancos, que mostram paisagens e animais exóticos. O mobiliário é de estilo Luís XVI, com cadeiras estofadas de seda vermelha.
- A Sala do Trono, que era usada pelo rei D. Sebastião quando residia no palácio. Esta sala tem um teto pintado pelo português António Simões Ribeiro, que representa a Alegoria da Justiça. As paredes estão forradas de damasco vermelho, com pinturas a óleo de reis e rainhas de Portugal. O trono é de madeira dourada, com um dossel de veludo vermelho.
Como visitar o Palácio de Santos
O Palácio de Santos pode ser visitado quatro dias por mês, mediante reserva online no site oficial da empresa organizadora das visitas. As visitas são guiadas por especialistas em história e arte, e têm a duração de cerca de uma hora. As visitas podem ser feitas em francês ou em português, consoante a disponibilidade.
Os bilhetes custam 15 euros por pessoa, e devem ser comprados com antecedência no site. Os visitantes devem apresentar-se 20 minutos antes da hora de início da visita, e mostrar o seu cartão de identidade ou passaporte válido à entrada. Os visitantes devem também passar pelo detector de metais e deixar as suas malas e sacos no sistema de segurança.
As visitas ao Palácio de Santos são uma oportunidade única para conhecer um dos mais belos e importantes palácios de Lisboa, e para descobrir a sua história, a sua arquitetura e os seus tesouros artísticos.