Trata-se de uma das ilhas mais bonitas dos Açores e uma das melhores formas de a conhecer é através dos seus muitos percursos pedestres. Os trilhos de São Miguel estão devidamente sinalizados e podem ser lineares ou circulares.
O grau de dificuldade varia sobretudo com a topografia do terreno e a duração do percurso. Qualquer um dos trilhos de São Miguel irá levá-lo até locais mais desconhecidos da Ilha, como o Salto do Cabrito ou o Salto do Prego, 2 pequenas mas bonitas cascatas.
Também poderá contemplar locais emblemáticos em todo o seu esplendor, como a Lagoa das Sete Cidades ou a Lagoa do Fogo. Não se esqueça que, caso opte por realizar qualquer um destes percursos pedestres, terá que confirmar primeiro todos os detalhes de segurança, levar água e comida suficientes, chapéus, protectores solares, roupa adequada e calçado confortável. Estes são os melhores trilhos para descobrir na Ilha de São Miguel, nos Açores.
NOTA: alguns destes trilhos são encerrados durante a realização do Rally dos Açores por motivos de segurança.
1. Trilho das Caldeiras da Ribeira Grande – Salto do Cabrito
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 7.5 km
Tempo Médio: 2h30m

O percurso pedestre do Salto do Cabrito é uma pequena rota circular com início/fim na zona das Caldeiras da Ribeira Grande. Neste local pode desfrutar das caldeiras, da zona de recreio, bem como das instalações de banhos e restauração aí existentes.
Dê início ao percurso descendo a estrada alcatroada até chegar ao entroncamento e siga à esquerda na direcção das Lombadas/Monte Escuro, até encontrar uma conduta.
Siga a estrada alcatroada, cerca de 100 metros, e encontrará à sua direita uma corrente que deverá transpor e seguir ao longo do caminho, para ter acesso à Barragem da Fajã do Redondo.
Faça o mesmo caminho de retorno até à mesma conduta e siga agora pelo caminho de terra batida que se encontra à sua frente. Cerca de 500 metros à frente, deverá virar à esquerda, contornando um portão (fechado) pela sua esquerda. Este caminho descendente, ladeado por criptomérias, levar-lhe-á à Central Hidroeléctrica da Fajã do Redondo, actualmente desativada, podendo ser visitada mediante marcação com a EDA Renováveis.
Neste local terá de atravessar a ribeira, subindo as escadas que dão acesso a uma passadeira metálica. O trilho prossegue ao longo do passadiço até encontrar uma escadaria íngreme que o levará até à Central Hidroeléctrica do Salto do Cabrito. Chegando aqui, terá de contornar o edifício pela sua direita de forma a poder contemplar a cascata que dá nome à central.
De costas para a cascata, continue a caminhada, subindo até chegar a uma estrada asfaltada. Volte à direita, seguindo pela berma, passará pelo bar “Lagoa do Fogo” e pela Central Geotérmica do Pico Vermelho. Antes do entroncamento à esquerda, encontrará um desvio à direita, em terra batida, pelo qual deverá seguir. Aqui terá de transpor duas ribeiras, a segunda de maior caudal, sendo aconselhável fazer a travessia descalço.
Mais à frente irá encontrar uma bifurcação, siga pela direita, cortando na primeira à esquerda. Acompanhe a sinalética até encontrar um caminho em pedra de calçada onde deverá virar de novo à direita de volta às Caldeiras da Ribeira Grande.
2. Trilho Praia – Lagoa do Fogo
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Médio
Extensão: 11 km
Tempo Médio: 4h00

Esta rota linear de ida e volta até à margem da Lagoa do Fogo, inicia-se num caminho de terra que dá acesso a campos de cultivo e pastagens. Durante a subida irá passar pelas ruínas da antiga fábrica onde eram produzidas fibras a partir de uma planta introduzida, a Espadana (Phormium tenax).
Continue a subir até chegar a uma bifurcação, siga à direita por uma mata de Criptoméria (Cryptomeria japonica), até chegar a uma levada, ao longo da qual o trilho prossegue. É aconselhável o uso de calçado apropriado, devido à presença de zonas enlameadas na extensão da levada
Nesta fase do percurso é possível observar vários exemplares de flora endémica como a Uva-da-serra (Vaccinium cylindraceum), a Urze (Erica azorica), o Folhado (Viburnum treleasei), entre outras.
Ao passar uma represa irá entrar no vale da Ribeira da Praia, uma zona mais aberta, com grandes encostas de ambos os lados onde existem vários pontos de captação de água. Esta obra iniciada em 1984, pretendia captar a maior parte das nascentes provenientes da filtragem natural da Lagoa do Fogo, ficando concluída em 1998.
Ao chegar à margem da Lagoa, aconselha-se prudência devido à presença de uma colónia de gaivotas, territoriais especialmente durante a época de nidificação (Abril – Maio).
O regresso efectua-se no sentido oposto tirando partido da magnífica vista para a costa Sul da ilha com o ilhéu da Vila em destaque.
3. Trilho Faial da Terra – Salto do Prego
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Médio
Extensão: 4.5 km
Tempo Médio: 2h

Esta pequena rota circular no Faial da Terra tem início junto à paragem dos autocarros. Suba a rua de asfalto até à bifurcação, onde deverá continuar em frente por um caminho de terra, sempre ao longo da margem esquerda da ribeira . Ao longo do trilho a vegetação fica mais cerrada, com o Incenso (Pittosporum undulatum) e a Acácia (Acacia melanoxylon) como espécies predominantes.
Ao longo do percurso existem vários pomares em ambas as margens da ribeira, pertencentes a pequenas explorações familiares. Pede-se aos pedestrianistas o favor de não apanharem frutos ao longo do caminho.
Ao chegar a uma ponte sobre a ribeira, atravesse-a para a outra margem e suba até chegar a uma bifurcação, onde deverá seguir à direita para o Salto do Prego. Siga a sinalética até chegar à cascata do Salto do Prego, passando por um caminho à esquerda que faz a ligação com o PR 11 SMI Ribeira do Faial da Terra.
Neste ponto é possível explorar a base da cascata, bem como subir por um trilho até à parte superior da ribeira. Volte pelo mesmo caminho, seguindo à direita na segunda bifurcação, rumo à Aldeia do Sanguinho. Nesta antiga aldeia em recuperação, irá encontrar casas típicas, pequenas quintas agrícolas e vários exemplares de Sanguinho (Frangula azorica), planta endémica dos Açores que dá nome ao local.
Desça pelo caminho serpenteante em pedra de calçada, com cautela devido ao piso escorregadio e grau de inclinação elevado, até chegar à primeira bifurcação do percurso, junto à ribeira. Desça a rua até ao painel inicial, terminando o percurso.
4. Trilho Chá Gorreana
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 3.4 km
Tempo Médio: 1h30

Esta rota circular ao longo das plantações de chá, tem início no parque de estacionamento da fábrica de chá Gorreana.
A funcionar desde 1883 é a mais antiga plantação de chá da Europa. A planta usada – Camellia sinensis – para a produção de chá verde e preto, foi introduzida na ilha em 1750, transportada pelas naus que retornavam do Oriente.
Cautelosamente atravesse a estrada à saída da fábrica na direcção do portão de acesso às culturas de chá.
Siga à esquerda por um caminho de terra ascendente, paralelo à estrada, que serpenteia entre a plantação e, posteriormente, matas de Criptoméria (Cryptomeria japonica). Ao passar uma ponte em pedra a pastagem começa a tomar o lugar do chá e das matas. Irá encontrar alguns campos de cultivo, casas de apoio à actividade agrícola e as últimas plantações de chá. Neste ponto elevado do percurso, aproveite para apreciar a vista sobre a costa Norte da ilha.
Seguindo a sinalética, abandone o caminho principal, que sobe à esquerda, prosseguindo por um trilho de terra estreito a descer. Este caminho utilizado na altura das colheitas pelos operários da fábrica desce por entre as plantações até à fábrica do chá onde o percurso termina.
Já dentro da fábrica aproveite para descansar, saborear um chá e descobrir mais sobre a cultura do chá na ilha, através dos diferentes processos envolvidos na sua produção.
5. Trilho Lomba d’El Rei
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Médio
Extensão: 4.5 km
Tempo Médio: 2h

O percurso tem início junto à igreja de N.ª S.ª do Rosário, situada no centro da freguesia. Contorne a igreja pelo lado esquerdo e, ao fim de 300 metros, vire à esquerda por um caminho de terra batida, voltando de seguida à direita, para a encosta do Moio de Baixo. Aqui irá subir por um trilho, ladeado de vegetação composta maioritariamente por Canas (Arundo donax), Faia da Terra (Morella faya) e a endémica Urze (Erica azorica).
Chegando a uma das zonas mais elevada deste percurso, é possível desfrutar da vista para a freguesia dos Fenais da Ajuda, a Oeste e a Freguesia da Achada a Este.
Continue a andar, passando por terras de lavradio, até encontrar um desvio à esquerda que começa a descer até à foz da ribeira do Lenho. Ao longo desta descida, a vegetação predominante é composta por Incenso (Pittosporum undulatum), Fetos (Athyrium filix femina) e, junto à ribeira, Urze (Erica azorica).
Atravesse o curso de água e continue por uma estrada de asfalto, com a ribeira do seu lado direito. Ao fim de uma ligeira subida o caminho continua à direita, local onde se encontram as ribeiras do Lenho e Caldeirões, onde vai poder desfrutar das ruínas de uma azenha e ficar junto à base de uma das pontes mais elevadas da via-rápida do Nordeste.
Daqui o caminho prossegue por entre uma mata de Criptomérias (Cryptomeria japonica), até chegar ao topo da Lomba D’El Rei, onde deverá entrar num caminho asfaltado que irá passar por cima da via-rápida do Nordeste. Após transpor a via rápida, vire à esquerda por um atalho que passa a antiga Fonte Velha e diversos tanques de água que outrora serviram os habitantes locais.
Prossiga a caminhada por um caminho de terra batida que irá conduzi-lo ao jardim da Eira Velha, actual Rua Formosa, que desce até à igreja onde demos início ao percurso.
6. Rota da Água – Janela do Inferno
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Médio
Extensão: 7.6 km
Tempo Médio: 2h30

Esta rota circular atravessa vários túneis ao longo da sua extensão, é aconselhável o uso de uma lanterna na sua transposição. Antes de iniciar o percurso, certifique-se que está devidamente equipado.
Siga pela estrada secundária para Água de Pau transpondo um fontanário e adiante opte pela esquerda por um caminho ascendente. Ao longo da subida contemple os concelhos da Lagoa e Ponta Delgada que ficaram para trás. Transponha uma linha de água até chegar ao primeiro túnel. Após o túnel irá passar por uma casa de apoio à colheita de água. Neste ponto irá encontrar uma ligação com Água de Pau, através do PR 42 SMI – Rota da Água, Entre Túneis e Condutas.
Caminhando ao longo da margem da ribeira Seca irá chegar a um local de interesse – Janela do Inferno – uma parede vertical, rica em nascentes e onde é possível observar uma cavidade, criada pela erosão da água. Na base existe um charco natural, onde é possível observar Tritões (Triturus cristatus) em várias fases do seu ciclo de vida (adultos, juvenis e larvas). Aproveite para apreciar a beleza deste lugar e retemperar as forças.
Daqui o caminho volta para trás, pela outra margem da ribeira, atravessando uma série de imponentes aquedutos que serviam no passado a antiga Fábrica do Álcool da Lagoa e actualmente fazem o abastecimento público de água ao concelho. No final da área arborizada irá encontrar um último túnel, que antigamente servia de aqueduto, com cerca de 50 m de comprimento.
Deste ponto o percurso volta a uma estrada de terra de acesso a campos de cultivo. Após atravessar a estrada regional, com cautela, siga em frente até encontrar um miradouro com vista para o concelho de Ponta Delgada. Daqui o caminho passa pelo interior da freguesia dos Remédios até ao parque de merendas onde acaba o percurso. Neste local pode aproveitar para visitar a Casa da Água, um antigo posto de leite convertido num centro de apoio ao pedestrianismo e de promoção do concelho da Lagoa.
7. Trilho da Vista do Rei – Sete Cidades
Categoria: Linear (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 7.7 km
Tempo Médio: 2h00

Este percurso começa no Miradouro da Vista do Rei, termina na freguesia das Sete Cidades e tem a duração total de cerca de 2h.
Inicia-se pela vertente oeste da Cumeeira da Caldeira das Sete Cidades. Nesta parte do percurso pode observar-se: do lado direito a Caldeira Seca e as Lagoas das Sete Cidades e do lado esquerdo a costa oeste da Ilha de São Miguel.
Deve seguir por este caminho, de terra batida, até chegar à estrada alcatroada que liga a freguesia dos Mosteiros à das Sete Cidades. Prossiga para a direita e desça até surgir à esquerda um caminho de terra batida. Continue nesse caminho até encontrar uma bifurcação onde este trilho se cruza com o percurso PR4 SMI (como pode observar no mapa).
Nesse local, vire à direita e desça até à Freguesia das Sete Cidades. O percurso percorre uma zona classificada como Paisagem Protegida. É responsabilidade de todos(as) nós contribuirmos para a sua protecção, bem como assegurar a sua biodiversidade através da conservação deste habitat natural.
8. Trilho da Mata do Canário – Sete Cidades
Categoria: Linear (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 11.8 km
Tempo Médio: 3h

Este percurso tem início nas imediações da Mata do Canário, na zona oeste da ilha.
Comece por descer o caminho de terra batida até atingir o asfalto. Vire à esquerda e prossiga por 300m junto ao Aqueduto até ao Muro das Nove Janelas.
Siga pela esquerda, no caminho de terra batida, por entre as criptomérias. Um pouco depois, suba a ladeira até atingir o primeiro miradouro para as Lagoas das Sete Cidades, no Pico da Cruz.
A partir daqui, siga pelo caminho que contorna a Lagoa Azul. 8 km depois, irá encontrar a informação de desvio de 1,2 km para as Sete Cidades. Vire à esquerda e, logo de seguida, irá dar início à descida em direcção às Sete Cidades. Nesta zona do percurso é necessário algum cuidado, devido ao piso escorregadio e com um grau elevado de inclinação.
Ao chegar às Sete Cidades, vire à direita na ponte e siga por 500m até à igreja, ponto final do percurso.
9. Trilho da Lagoa das Furnas
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 9.5 km
Tempo Médio: 3h

Este percurso inicia e termina na Freguesia das Furnas e tem a duração aproximada de 3h.
O percurso começa nas Três Bicas e passa por dentro da localidade até que se começa a subir por uma estrada alcatroada que dá acesso à Lagoa das Furnas.
Seguindo atentamente a sinalética chegará às Caldeiras da Lagoa cerca de 2,5 km após o início do percurso. Nessa zona encontram-se frequentemente turistas a observar os habitantes locais que aproveitam a elevada temperatura do solo para fazerem cozinhados tradicionais.
De seguida o percurso segue sempre junto à Margem da Lagoa, contornando-a através de um caminho de terra batida muito acessível. Após caminhar cerca de 3 km encontrará a Ermida Nossa Senhora das Vitórias, construída no século XIX em estilo Gótico.
Continue depois na berma da estrada regional em calçada de pedra cerca de 1,5 km até que encontrará um desvio à sua direita que desce para a Freguesia das Furnas. Seguindo sempre por esse caminho chegará ao final do trilho cerca de 30min depois.
OLá
Ontem dia 03-01.2020 fomos realizar o trilho de “Lomba d`El Rei” pois de todos os 9 aqui referidos era o único que não tinha-mos feito. Independentemente de para mim não merecer o titulo de um dos nove melhores de S. Miguel o meu comentário vai mais para o deficiente estado de manutenção do memso e para os erros ou deficiente marcação do trilho, senão vejamos: Na descrição do trilho refere “Contorne e igreja pelo lado esquerdo….” Ao fazermos isso deparamos logo com o símbolo de “caminho errado” e ai temos de andar a adivinhar para onde ir pois se não contornarmos a igreja e continuarmos em frente a sinalização é nula (andamos a perguntar e lá conseguimos perceber que o caminho errado não era verdade e encontramos caminho de bagacina para iniciar o trilho” . Durante o trilho são vários os sítios onde a sinalização é nula ou deficiente, só como exemplo refira-se o entroncamento do “caminho do concelho” (sentido sul norte) junto da ponte onde a sinalização é nula e no fim da subida da rocha, quando se chega a um antigo caminho de acesso ao mar e ai fica-se sem saber se se tem de virar à direita ou à esquerda (felizmente viramos à esquerda). Quanto à manutenção a mesma é muito deficiente tornando o trilho perigoso e como exemplo referi-se a ausência da ponte para atravessar a ribeira (por sinal a mesma que consta da foto de publicidade ao trilho) bem como a ausência de guardas em sítios perigosos, degraus muito degradados ou o único sitio para acesso à travessia norte da ribeira ser exactamente o mesmo onde existe um enorme sinal para avisar do perigo de queda de pedras e de derrocadas.
muito bom ler seu comentário.
já não irei fazer esse trilho!