Trata-se, sem dúvida, de uma das melhores formas de descobrir a belíssima Ilha Terceira, nos Açores. Existem diversos percursos pedestres por toda a ilha, devidamente assinalados e elaborados de forma a dar-lhe a conhecer alguns dos recantos mais bonitos da Terceira. Os trilhos da Ilha Terceira constituem uma óptima forma de realizar turismo em comunhão com a natureza, o ambiente e as populações locais. E com alguma sorte… vai ver muitas vaquinhas, com certeza.
Relembramos que, como em qualquer caminhada, é necessário precaver-se com os devidos mantimentos e com equipamento adequado. Se por acaso preferir realizar alguns destes percursos com o acompanhamento profissional de um guia especializado, existem diversas empresas a quem pode recorrer, como por exemplo a Azores on Travel. Estes são os melhores trilhos da Ilha Terceira.
1. Trilho da Passagem das Bestas
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Médio
Extensão: 4 km
Tempo Médio: 2h30

Esta pequena rota circular encontra-se totalmente inserida no geossítio e área protegida para gestão de recursos da Caldeira de Guilherme Moniz, caracterizada pelos matos macaronésicos e turfeiras que asseguram a recarga dos aquíferos deste complexo vulcânico com cerca de 23 mil anos.
Inicie o percurso no parque de estacionamento junto à estrada e siga ao longo de um antigo campo de lava pedregoso e irregular até à bifurcação, onde deverá optar pela esquerda. Nesta fase do percurso é possível ver impressas no chão as relheiras da Passagem das Bestas, gravadas na rocha pelo rodar de milhares de carros bois que durante séculos vinham à caldeira buscar lenha.
Desça, acompanhando as relheiras, e entre no curso de uma linha de água, até chegar a um tubo que abastece as centrais mini-hídricas de Angra. Daqui o percurso acompanha uma mata de Criptomérias (Criptomeria japonica) passando um miradouro e atravessando um pasto.
Na travessia pelo pasto é possível avistar à esquerda, a maior caldeira dos Açores, entre a serra da Ribeirinha e a Serra do Cume, encontra-se a caldeira de colapso do Vulcão dos Cinco Picos com um diâmetro médio de 7 quilómetros.
Deste ponto o percurso volta a acompanhar uma linha florestal até chegar ao seu ponto mais elevado na serra do Morião. O caminho em fase descendente desenvolve-se no interior de uma mata rica em vegetação endémica como a Urze (Erica azorica) e o Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia).
Passe por um miradouro com vista para a Terra Brava e adiante um outro com vista para o interior da Caldeira de Guilherme Moniz. Desça pela ravina que servia de acesso a esta caldeira e prossiga até chegar novamente às relheiras.
Ao atingir a bifurcação inicial vire à esquerda para o parque de estacionamento, local onde termina o passeio.
2. Trilho da Rocha do Chambre
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Médio
Extensão: 9.3 km
Tempo Médio: 2h30

O percurso tem início no lugar da Malha Grande, na zona montante da freguesia dos Biscoitos, junto à estrada regional.
Comece por seguir no caminho de bagacina, ladeado por espécies da flora endémica como o louro (Laurus azorica), urze (Erica azorica), faia da terra (Morella faya) e cedro do mato (Juniperus brevifolia). Ao chegar à bifurcação, siga pela esquerda, num atalho de piso empedrado que o irá guiar até a um curso de água, numa mata de criptomérias.
Siga pelas pontes e vire à direita, para um atalho que segue paralelamente à linha de água. Vire à esquerda, atravessando a linha de água, para a pastagem e suba até chegar a um portal em madeira. Continue no caminho de terra batida e entre na mata de criptoméria que o irá levar até ao Vale do Azinhal.
Suba a escadaria ,e ao chegar à clareira, prossiga pela esquerda, contornando a falésia até atingir o marco geodésico, que marca o ponto mais alto do percurso (708m). Deste ponto é possível avistar a área protegida do Biscoito da Ferraria e Pico Alto.
Desça em direcção ao miradouro da Rocha do Chambre. Em seguida, desça pelas pastagens agrícolas até chegar junto do tentadero, onde deverá virar à direita. Atravesse o portão e siga no atalho ladeado pelo muro e urzes até à bifurcação inicial. A partir daqui prossiga na canada de bagacina até voltar ao ponto de início do percurso.
3. Trilho Baías de Agualva
Categoria: Linear (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 4 km
Tempo Médio: 2h

O percurso tem início nas imediações do Pico dos Loiros, na freguesia da Agualva. Comece por descer a canada de terra batida, por entre as pastagens. Após 500m, ao chegar à Grota da Lagoa, vire à esquerda e prossiga em direcção à Fajãzinha.
Em seguida, contorne a Fajã pela esquerda, até chegar próximo dos calhaus rolados, onde deverá virar à esquerda, subindo a encosta, com mato costeiro de urze (Erica azorica) e bracel-da-rocha (Festuca petrae) até chegar ao miradouro da Fajãzinha. 500m mais à frente encontra um desvio à direita para uma baía, onde é possível visualizar o fenómeno de disjunção prismática nas rochas.
Volte atrás e suba o asfalto, virando à direita na curva apertada, seguindo num atalho por entre os muros de antigas curraletas de vinhas e o mato costeiro de urzes, que o irá guiar à Baía das Pombas, local ideal para a observação de aves, nomeadamente as espécies nidificantes nos Açores: Garajau-comum (Sterna hirundo), cagarro (Calonectris diomedea borealis) e pombo torcaz (Columba palumbus azorica).
Depois, suba a encosta de urzes e vire à direita, num atalho ladeado pelo muro da pastagem e pela falésia, que o irá guiar até à Ponta do Mistério, onde existe uma pequena lagoa costeira nas rochas.
A parte final do percurso desenvolve-se num atalho entre as pastagens e a falésia, com vegetação de faia da terra (Morella faya), urzes e incenso (Pittosporum undulatum), até entroncar com uma canada de terra batida. Aqui, vire à esquerda, prosseguindo na canada em direcção à estrada regional, local onde termina este percurso.
4. Trilho dos Fortes de São Sebastião
Categoria: Linear (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 5.7 km
Tempo Médio: 2h30

Inserida no maciço vulcânico dos Cinco Picos esta pequena rota viaja pela costa Sudeste da ilha, passando por vestígios de antigas fortificações de defesa marítima (séc. XVI – XVII) terminando na Vila de São Sebastião.
Inicie o percurso na estrada regional para a ponta das Contendas. Circule pela direita com vista para o farol das Contendas e ilhéu das Cabras ao fundo. Desça em direcção aos Fortes da Greta e de Santa Catarina das Mós (ambos de 1581) com vista para a baía da Mina, local privilegiado para a prática de surf.
Chegando novamente à estrada, siga à direita, transponha as estufas e, ao chegar ao Pico dos Cernos, vire à direita contornando as árvores. Opte pelo desvio à direita que desce até ao Forte do Bom Jesus, erguido em 1644, com vista para a baía da Mina. Retorne pelo mesmo caminho e, na bifurcação, siga à direita para uma pequena mata onde predomina a endémica Urze (Erica azorica).
No marco geodésico, aproveite para ver o caminho efectuado até este ponto e a restante parte do percurso. Ao sair do bosque, fase descendente, entre numa pastagem com a falésia à direita e Salgueiros (Tamarix gallica) à esquerda. Aproveite para olhar para trás e apreciar a vista para os ilhéus da Mina. Adiante os Salgueiros dão lugar a Canas (Arundo donax) e o percurso entra num caminho de terra batida de acesso a campos de cultivo e pastoreio. Siga as marcas até ao desvio para um miradouro de onde é possível ver a orla costeira de São Sebastião.
Retorne ao caminho principal e continue, à direita, junto ao mar até ao Forte do Pesqueiro dos Meninos, datado de 1581, com vista privilegiada para a orla costeira. Daqui o percurso sobe para a Vila de São Sebastião passando uma antiga azenha reconstruída, sobe o Arrabalde, onde antigamente corria a Ribeira de Frei João e, já no interior da freguesia, passa pela ermida de Nossa Senhora da Graça.
Um pouco mais à frente irá transpor o Largo da Fonte, seguido da Ermida de Sant’Ana. Após a igreja irá ver a praça central, local onde termina o percurso.
5. Trilho dos Mistérios Negros
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Difícil
Extensão: 5.8 km
Tempo Médio: 2h30m

O percurso tem início nas imediações da Lagoa do Negro e da Gruta do Natal. Comece por percorrer o caminho de terra batida ladeado por rapa (Calluna vulgaris) e criptomérias (Cryptomeria japonica). Cerca de 550m depois, entre numa pastagem, contorne o tanque de água pela esquerda e prossiga por 200m até entrar num atalho estreito, por entre a vegetação, constituida por exemplares de Calluna vulgaris, Cryptomeria japonica, Sphagnum sp e cedro do mato (Juniperus brevifolia).
Em seguida, siga numa área onde existem três pequenas lagoas (lagoinhas de Vale Fundo), contornando pela direita. Posteriormente, siga por entre o bosque de cedro do mato, num terreno irregular, contornando um dos vários domos traquíticos, com poucos exemplares de vegetação (apenas alguns indivíduos de Erica azorica e Calluna vulgaris) resultantes da erupção de 1761.
Depois de passar o domo, siga na canada ampla, ladeada por Erica azorica, Juniperus brevifolia e Calluna vulgaris, que desce em direção a uma mata de criptomérias.
Depois de atravessar a mata e algumas pastagens, chegará à estrada de asfalto. Vire à esquerda, passando pelo Pico Gaspar (com opção de desvio), e percorra o quilómetro final até voltar ao ponto de início do percurso.
6. Trilho do Monte Brasil
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 7.5 km
Tempo Médio: 2h30m

O percurso tem início junto ao Parque do Relvão, em Angra do Heroísmo. Comece por subir no asfalto, em direcção à Fortaleza de São João Baptista. Próximo do guarda, vire à esquerda e continue por 250m até uma bifurcação, onde deverá seguir pela esquerda, até à Ermida de Santo António.
A partir daqui, continue pelo caminho de terra batida à esquerda. Após 350m, vire à direita no atalho que sobe em direcção ao parque de merendas do Monte Brasil. Depois de passar o parque, vire à esquerda para uma canada de terra batida, que o irá guiar até ao ponto mais alto do percurso, Pico do Facho (205m).
De seguida, desça pelo caminho de terra batida com várias curvas até encontrar o desvio para o Forte da Quebrada. Continue num atalho cerrado, por entre os incensos, até chegar a novo desvio opcional (Vigia da Baleia e Posto da 2ª guerra mundial).
Em seguida, siga à direita, para o miradouro da Caldeira. Aqui, suba o asfalto por 200m, virando à esquerda, num pequeno atalho que o irá conduzir até ao Pico das Cruzinhas, miradouro de referência para a cidade de Angra do Heroísmo.
A partir daqui, vire à direita, descendo em direcção ao parque de merendas. Ao chegar ao parque, vire à esquerda, seguindo um pequeno atalho que desce em direcção ao asfalto. Finalmente, vire à direita e continue por 700m até voltar ao ponto de início.
7. Trilho Relheiras de São Brás
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Fácil
Extensão: 5 km
Tempo Médio: 2h

O percurso tem início junto ao parque de merendas da freguesia de São Brás. Ao sair do parque de estacionamento, onde está localizado o painel informativo, siga à direita no asfalto, por 200m, até ao lugar onde existe um monumento de homenagem ao antigo carro de bois.
Vire à esquerda na canada de terra batida, onde mais à frente se encontram as Relheiras, marcas dos antigos carros de bois que ficaram gravadas na rocha. Podem distinguir-se dois tipos: estreitos e em forma de V; largos e planos.
Depois de passar a Fonte do Cão, chega a um largo, onde deverá virar à esquerda para um atalho estreito. Um pouco mais à frente, este atalho torna-se mais largo e existe uma maior predominância de urzes (Erica azorica) e criptomérias (Cryptomeria japonica).
Ao chegar ao portão de ferro, vire à esquerda, prosseguindo no caminho de terra batida que alterna com asfalto, durante 2 km, até voltar ao ponto de início do percurso. De referir que, nesta última parte do percurso, é possível avistar o milhafre (Buteo buteo rothschildi), ave endémica dos Açores.
8. Trilho da Serreta
Categoria: Circular (folheto)
Dificuldade: Médio
Extensão: 7 km
Tempo Médio: 2h30

Este percurso tem início na Canada das Fontes, freguesia da Serreta, zona oeste da Terceira. Comece por subir um troço em asfalto por 100m, virando à esquerda na canada de bagacina.
Após 400m, vire à esquerda para um atalho ladeado por criptomérias (Cryptomeria japonica), que mais à frente se torna mais estreito, devido a uma abundante vegetação de incenso e cedro-do-mato (Juniperus brevifolia).
Depois de atravessar um afluente da Ribeira da Lapa, entre numa mata de criptomérias e siga as marcações. Um pouco depois, siga no atalho ladeado por uma vegetação que se torna cada vez mais dominada por endémicas, à medida que a altitude aumenta.
Depois de atravessar o troço principal da Ribeira da Lapa, siga no caminho de bagacina, ladeado por exemplares de cedro do mato e urzes, onde um pouco mais à frente encontrará um desvio à esquerda, de 230m, em direcção à Lagoinha.
Depois de efectuar o desvio, prossiga pela canada de bagacina durante 800m, virando à direita para uma pastagem. Caminhe alguns metros e entre no atalho à esquerda, que desce, ladeando a Ribeira do Além.
Depois de passar o miradouro sobre a ribeira, siga à direita por entre a mata de criptomérias. Em seguida, entre num atalho que contorna uma pastagem pela esquerda. Alguns metros mais à frente, vire à direita na pastagem, contornando um tanque de água pela esquerda, e prossiga na canada de bagacina, que o irá guiar de volta ao início do percurso.