Cidade dos ovos moles, da Ria e da belíssima Arte Nova que caracteriza os seus edifícios, Aveiro encanta quem a visita pela sua simplicidade. Aveiro é uma cidade de grandes contrastes já que aqui cruzam-se tradições rurais com modernidade, desenvolvimento, ciência e tecnologia com cultura, identidade e património.
Muitas das ruas centrais de Aveiro são cruzadas por canais e ribeiros e daí que seja também designada a Veneza de Portugal. O clima em Aveiro é ameno ao longo do ano e as suas praias gozam de iguais temperaturas e algumas correntes fortes durante os períodos de Inverno.
Aveiro atrai cada vez mais turistas, nacionais e estrangeiros, que aqui procuram uma cidade percorrida pelos seus canais navegáveis, rica em história, arte e arquitectura e com uma gastronomia famosa em todo o país. Descubra a Veneza portuguesa, uma cidade que surpreende em cada recanto. Estes são os melhores locais para visitar em Aveiro.
1. Parque Infante D. Pedro
O parque Infante D. Pedro, construído na antiga propriedade dos frades franciscanos, foi preparado a partir de 1862 na zona que pertencia ao Convento de Santo António. Aproveitou-se a ribeira que atravessava o parque para se desenvolver um espaço com lagos e fontes inserido no arvoredo envolvente. Possui coreto de Arte Nova tardia, escadaria com fonte, cascata e alguns painéis de azulejos, bem como Avenida das Tílias e Casa de Chá.

Passe algumas horas longe do centro da cidade e desfrute de momentos tranquilos num dos parques mais belos de Aveiro. Caminhe pelos vastos jardins, faça um relaxante passeio de barco numa das lagoas e visite o Museu de Caça e Pesca situado neste espaço – um cenário ideal para passar uma tarde serena.
2. Estação de Aveiro
A estação de comboios de Aveiro é parte integrante da Linha do Norte e localiza-se em frente ao Largo da Estação. O que diferencia esta estação de muitas demais é o fato de esta conter, na sua fachada, monumentais painéis de azulejos policromos (azuis e amarelos) representando cenas ferroviárias, naturais, culturais assim como actividades tradicionais desta região.

Aqui poderá passar algum tempo admirando os diferentes motivos e cenas na fachada Oeste, Este e no edifício dos Sanitários. Alguns dos mais populares elementos são: O Pescador, a peixeira, o canal central de Aveiro, as salinas, as armas da cidade e muitos outros. Quer esteja de chegada, de partida ou apenas de passagem não deixe de contemplar esta bonita peça de arte pública acessível a qualquer um.
3. Ria de Aveiro
A Ria conquistou Aveiro tornando-se o seu coração. É o que identifica a cidade dando-lhe luz e vida, e marcou de forma permanente as tradições locais. Em Aveiro tudo vive em redor destes 47 quilómetros de água disposta paralelamente ao mar. É a Ria, um espelho de prata que reflecte a cor dos barcos moliceiros e das casas Arte Nova, que torna sedutor e único o encanto de Aveiro. A Ria de Aveiro formou-se a partir do século XVI, quando o mar recuou na sua linha, deixando ao longo de onze mil hectares cordões litorais que formaram uma laguna. Hoje é uma autêntica rede de canais e ilhas que vale à cidade de Aveiro a alcunha de “Veneza portuguesa”.

As suas águas são o lar de inúmeras espécies, como a lampreia, o mexilhão, a enguia ou a amêijoa, a cegonha, a garça e algumas aves de rapina ou mamíferos como a geneta e a lontra. Uma riqueza tão excepcional que levou a Ria a ser classificada como área protegida. A subsistência económica de grande parte da população de Aveiro esteve sempre ligada à Ria. As suas águas permitiram a apanha do moliço, a pesca e a recolha de sal, estimulando também a construção naval. Nos últimos anos a Ria adaptou-se às necessidades dos tempos modernos e tem possibilitado que a cidade desenvolva actividades turísticas relacionadas com desportos aquáticos e receba os visitantes de braços abertos.
4. Museu de Aveiro
O Museu de Aveiro está instalado no antigo Convento de Jesus da Ordem Dominicana feminina. Este convento, um dos mais antigos de Aveiro, remonta à 2ª metade do séc. XV, fundado por D. Brites Leitão e por D. Mécia Pereira. A princesa D. Joana, filha de Afonso V, entra nesta casa em 1472. Aqui leva uma vida de santidade, o que conduz à sua beatificação em 1693. O prestígio do convento ficou assim definitivamente associado à presença da Princesa Santa Joana e ao seu culto religioso. Do séc. XVI ao séc. XVIII, o edifício sofreu inúmeras obras de ampliação, melhoramentos e enriquecimento artístico. O séc. XIX é marcado pelos ideais liberais e suas amplas repercussões na vida religiosa.

Por decreto de 1834, o ministro Joaquim António de Aguiar determina a extinção de ordens religiosas no reino. A sua aplicação é imediata nos conventos masculinos, permitindo, porém, a vida de clausura nos conventos femininos até à data da morte da última freira. Assim, no Convento de Jesus, a clausura mantém-se até 1874. Em 1882, o edifício é entregue à Ordem Terceira Dominicana, que o transforma em Colégio de Santa Joana. Com a implantação da República, em 1910, e o agravamento da intolerância religiosa, a comunidade do Colégio de Santa Joana é dissolvida. Nesse mesmo ano, o mosteiro é fechado e a igreja é classificada como monumento nacional. O Museu de Aveiro é instalado no Convento de Jesus em 1911. O Museu de Aveiro apresenta um circuito de visita com duas partes distintas mas complementares: o percurso monumental e a exposição permanente.
5. Igreja da Misericórdia
O projecto inicial (1585) é atribuído ao arquitecto italiano Filipo Terzi, embora a sua construção, com base no referido plano, só viesse a terminar em 1653 sob a direcção do mestre português Manuel Azenha. Na fachada, entre o revestimento de azulejos do séc. XIX, sobressai grandioso portal de feição clássica, com posterior ornamentação barroca, em pedra de calcário. Na parte inferior, entre as quatro colunas coríntias encontram-se nichos com imagens.

Na parte superior, as figuras foram substituídas por janelas, pontuando a meio a imagem em pedra de Nossa Senhora da Misericórdia. Rematam o templo o escudo régio, a Cruz de Cristo e uma esfera armilar. No interior reflecte-se uma grandeza rígida, onde a nave é comprida e de grande altura e sobressaem azulejos de padrões do séc. XVI. Na capela-mor merece atenção a abóbada apainelada, de pedra de Ançã, material abundante na região, utilizado em muitos monumentos desta parte de Portugal. Repare-se ainda no retábulo, muito interessante por reproduzir o desenho e a decoração do portal da fachada do templo.
6. Convento de Jesus
A fachada actual do convento data do séc. XVIII e nela se inscrevem três portais com bonitos frontões, vendo-se o brazão real no do meio. O edifício conserva alguns espaços que serviam à vivência conventual: o átrio, onde funcionava a portaria, o claustro do séc. XV, que conserva uma colunata renascentista, algumas capelas manuelinas decoradas com azulejos e a casa do capítulo. No interior da igreja merece especial atenção a capela-mor pelo notável trabalho de talha dourada, de finais do séc. XVI, a lembrar uma obra de ourivesaria. Nas paredes forradas com painéis de azulejos vêem-se seis telas representando momentos da vida de Santa Joana Princesa, filha do Rei D.Afonso V.

No coro baixo da igreja, onde as religiosas assistiam aos ofícios litúrgicos, encontra-se o túmulo de Santa Joana, peça de exímia execução com finíssimos embutidos de mármores italianos de diversas cores. A sua instalação foi autorizada por bula do Papa Pio II, em 1461. O túmulo está envolvido por uma decoração parietal de talha, azulejos e mármore, sob um tecto policromo – estilo barroco. Trabalharam nele artistas portugueses, devendo-se o seu desenho a Manuel Antunes, arquitecto régio. Iniciada a obra em 1699, por mando de D. Pedro II, só em 1711 nele seriam colocadas as cinzas da Infanta, a quem Aveiro dedica uma festa religiosa a 12 de Maio (feriado municipal), efeméride da sua morte, que inclui uma peregrinação a este local, e procissão, essencialmente litúrgica, da qual fazem parte elementos civis, como damas, cavaleiros, infantes, pagens e outras figuras.
7. Costa Nova
Parte do colorido e da beleza de Aveiro é indissociável dos famosos palheiros da Costa Nova. Estas construções típicas, utilizadas originalmente pelos pescadores da zona para guardar os materiais de pesca, foram sendo aproveitados ao longo dos anos como casas de veraneio. Implantadas à beira da praia, saúdam o mar com as suas fachadas pintadas de riscas de cores garridas. Deixe-se conquistar pela simplicidade calorosa do espírito piscatório da Costa Nova, ainda tão presente nos seus areais, e descubra a praia, a povoação e a história desta região. E descobrir as praias vizinhas da Vagueira ou de Mira. Uma verdadeira viagem no tempo!

Ao longo de Oitocentos os pescadores de Ílhavo foram-se fixando na Costa Nova, uma vez que esta nova zona de costa possibilitava um acesso ao mar menos perigoso que o de São Jacinto. Começaram então a construção dos palheiros, armazéns e abrigos dos homens do mar e dos barcos da faina da Ria. Os palheiros originais eram construídos com materiais locais, erguendo-se sobre estacas assentes no areal seco da Costa Nova, com o tabuado exterior disposto na horizontal e pintado de vermelho vivo, saudando o mar com cor e energia. O espaço interior era amplo, sem qualquer divisão, cumprindo a sua função de ser nada mais que um armazém desafogado. Com o passar dos anos, alguns pescadores começaram a transformar os palheiros adaptando-os a espaços de alojamento que passaram a acolher famílias na época de veraneio.
8. Museu de Arte Nova
O Museu Arte Nova, sedeado num dos imóveis mais emblemáticos entre o património desta corrente artística, é o centro interpretativo da extensa rede de motivos Arte Nova disseminados por toda a cidade de Aveiro.

Mais do que repor o ambiente ornamental de uma habitação Arte Nova, este núcleo museológico trata a Arte Nova como argumento didáctico, pretendendo levar o visitante a reflectir sobre os pressupostos da revolução estética que este movimento proporcionou e melhor compreender os seus reflexos que ainda se manifestam na actualidade. A visita a este núcleo não fica completa sem a visita à Casa de Chá situada no rés-do-chão.
9. Catedral de Aveiro
A Sé de Aveiro, também designada de igreja de São Domingos de Aveiro, localizada próximo do Centro histórico de fundada fundada em 1423 pelo Infante D. Pedro. Da construção original resta apenas uma parede de pedra talhada já que o pórtico data já a 1719. No interior poderá encontrar o famoso Cruzeiro de S. Domingos de estilo gótico, datado de final do século XV.

Esta catedral sofreu várias alterações ao longo da sua existência e é por isso possível observar diferentes estilos arquitectónicos como o Maneirismo das capelas laterais, o Barroco no coro alto e o modernismo no transepto e na capela-mor. Os principais elementos desta Catedral são: a capela de Nossa Senhora da Misericórdia, a Capela de Santa Joana, a Capela do Coração de Jesus, a Capela da Nossa Senhora do Rosário, os órgãos de tubos e outros.
10. Reserva Natural das Dunas de São Jacinto
Nesta paisagem indecisa entre o mar e a terra feita de praias, sapais, águas doces e salobras, onde moram espécies naturais de grande valor, faça um passeio para levar na memória. Num passado não muito remoto parte desta costa era banhada pelo oceano e a baía que então formava deu lugar à actual laguna, separada do mar por um cordão de dunas arenosas, feitas pela acção de ventos e correntes. A laguna ocupa aproximadamente 700 hectares, entre Ovar e Mira e a sua comunicação com o mar faz-se artificialmente por um largo canal aberto em 1806, entre São Jacinto e a Costa Nova, junto da cidade de Aveiro.

A Reserva Natural situa-se a norte do canal, mesmo diante do oceano e acompanhando extensas praias. A vegetação é muito característica e, no séc. XIX, foram plantadas acácias e pinheiros bravos, num esforço para fixar as dunas. Aqui se abrigam, em charcos de água doce abertos para o efeito, muitas espécies de patos, garças e outras aves marinhas. O Centro de Interpretação organiza-lhe a visita guiada, propondo-lhe que siga o Trilho Interpretativo de Descoberta da Natureza. Na sede da Reserva não deixe de ver uma interessante colecção em miniatura de embarcações típicas da Ria, obra de artesãos de São Jacinto. Faz parte do património da Reserva um colorido barco moliceiro, típico da Ria, que todos os anos participa na Regata de Moliceiros que anima a Ria no tempo do verão.
11. Museu da Vista Alegre
Fundada em 1824 a Fábrica de Porcelana da Vista Alegre é reconhecida internacionalmente pela qualidade e excelência da sua produção. Situada em Ílhavo, engloba um conjunto patrimonial e industrial único, onde poderá visitar para além do Museu, a Oficina de Pintura Manual da Fábrica, a Capela, as Lojas e o Bairro Operário. Entre 2014 e 2015 o Museu Vista Alegre sofreu obras requalificação, que incluíram a recuperação do património edificado existente, ampliação e renovação do circuito expositivo e a integração de dois antigos fornos da empresa nas áreas de recepção do Museu.

Em 2016, o novo museu pretende dar a conhecer a história da fábrica, a evolução estética da produção de porcelana e a sua importância na sociedade portuguesa nos séculos XIX e XX, através de um dos mais completos espólios museológicos do género que conta com mais de trinta mil peças. O edifício da antiga creche da Vista Alegre foi também recuperado e reconvertido em extensão educativa do Museu Vista Alegre. Datado de 1944, este espaço pretende dinamizar uma programação cultural rica e diversificada, que promova a ligação entre a fábrica e os seus visitantes, criando oportunidades de aprendizagem, nomeadamente através da pintura cerâmica ou modelação de pasta.
12. Praia da Barra
A praia da Barra localiza-se junto à foz da ria de Aveiro e a partir desta bonita praia poderá assistir à entrada e saída de barcos de pesca. Nesta praia poderá observar o Farol da Barra, a ponte da Barra e poderá ainda passear pelo seu paredão que delimita, a sul, a entrada para a ria de Aveiro.

O farol da Barra de Aveiro é o maior farol de Portugal, o segundo da península ibérica e um dos 26 maiores do mundo. A praia da Barra possui o seu próprio centro turístico onde poderá encontrar lojas e espaços com tudo aquilo que possa necessitar durante as suas férias em Aveiro.
A Vista Alegre pertence ao concelho de Ílhavo e não de Aveiro.