O arquipélago de Cabo Verde é um destino cada vez mais na moda em Portugal e no estrangeiro. Este pequeno país africano, banhado pelo Atlântico, atrai cada vez mais turistas graças à hospitalidade do seu povo. Cabo Verde é mais ocidentalizado do que o resto do continente africano e as instalações para os viajantes são, em geral, melhores. Mesmo assim, Cabo Verde é, e sempre será, um típico destino africano: a música fantástica e cheia de alma e os mercados movimentados em todas as cidades são sinais claros de que você não está longe da costa africana.
Cada ilha possui um conjunto diferente de atracções e razões para visitar e cada uma delas é diferente da outra. Mas, afinal de contas, qual é a melhor ilha para visitar em Cabo Verde? Depende daquilo que procura. A primeira resposta seria a Ilha do Sal mas, caso pretenda conhecer o país mais a fundo, recomendamos que viaje também para algumas das outras ilhas.
Cabo Verde possui a capacidade de encantar diferentes tipos de turistas: os que procuram praia, os que procuram paisagens diferentes, os que procuram uma genuína cultura africana e os que procuram um ambiente totalmente diferente da civilização ocidental. Mas como Cabo Verde é um destino pouco comum, convém primeiro responder a algumas perguntas antes de planear a sua viagem.
1. Qual é a melhor altura para visitar Cabo Verde?
As ilhas são quentes e ensolaradas durante todo o ano e, por isso, para muitos visitantes sem nenhum interesse especial, não importa realmente quando ir. Para os praticantes de windsurf, os melhores meses são Janeiro e Fevereiro, enquanto os mergulhadores encontrarão as águas mais calmas e a visibilidade máxima de Junho a Dezembro; os amantes da praia podem desejar evitar os meses de inverno com muito vento. Para os caminhantes, as ilhas montanhosas são significativamente mais bonitas durante e logo após a estação chuvosa de Julho a Dezembro, embora as inundações possam impedir algumas subidas no monte Santo Antão. A maior precipitação é geralmente em Agosto e Setembro.

Para aqueles que estão preocupados com o calor, o pico é em Setembro (com uma temperatura média diária de 30 ° C), sendo a época mais fria em Janeiro (média de 24 ° C). Para aqueles que desejam ver as tartarugas em nidificação a temporada é de Junho a Outubro, com um pico em meados de Julho e Agosto. Os filhotes de tartaruga nascem de meados de Agosto até ao final de Novembro. Os observadores de baleias encontrarão as melhores oportunidades em Março e Abril, principalmente fora da Boavista. Os fotógrafos devem evitar de Dezembro a Março, quando os ventos excessivos entorpecem a luz e deixam depósitos de areia.
Os turistas com um orçamento mais apertado podem encontrar hotéis mais baratos de Abril a Junho e em Outubro, e definitivamente devem evitar o Natal e o Carnaval. Os que buscam umas férias mais tranquilas e com menos gente devem evitar os meses de Julho e Agosto, quando Cabo Verde está repleto de turistas europeus e famílias emigradas a fazer férias de Verão na sua terra natal. Além do Natal e Carnaval, todo o período de Novembro a Março é considerado como sendo de temporada alta.
2. É necessário tomar alguma vacina antes da viagem?
Vacinas obrigatórias: nenhuma. Vacinas recomendadas: Hepatite A e Febre Tifóide. Certificado internacional de vacinação para a Febre Amarela: não obrigatório, apenas será necessário para viajantes com idade superior a um ano, provenientes ou em trânsito no aeroporto de uma zona de risco de transmissão de Febre Amarela.
3. É necessário visto para Cabo Verde?
A isenção de vistos para cidadãos europeus está prevista para o próximo ano (2019). Mas enquanto a medida não entra em vigor, saiba que existem três tipos de visto para visitar Cabo Verde: entrada única (mais frequente), múltiplas entradas e turismo colectivo. O visto simples para uma entrada é utilizável durante 180 dias, e permite ficar 30 dias consecutivos em território de Cabo Verde. Este visto custa 45€. O visto múltiplas entradas é utilizável durante 1 ano, e permite permanecer 90 dias consecutivos ou interpolados em território cabo-verdiano. O visto multi-entradas custa 86,30€.

O visto de turismo colectivo (mínimo de 6 pessoas) pode ser requerido por grupos de pessoas que viajam juntas, e regressam juntas no mesmo dia. Este tipo de visto tem uma validade de 30 dias a contar da data de emissão, e permite ficar em Cabo Verde até 30 dias. É necessário fornecer uma lista dos viajantes e fotocópias dos passaportes. A emissão do visto colectivo custa 33,10€ por pessoa.
Para solicitar o visto, necessita do passaporte, de uma fotografia tipo passe e de preencher um formulário, que pode ser obtido aqui. A Embaixada de Cabo Verde está localizada na Avenida do Restelo, 33, em Lisboa. Os pedidos de vistos são feitos na Secção Consular de segunda a sexta-feira das 9h às 14h. Os vistos demoram três dias úteis a serem entregues pelos serviços consulares. O levantamento do visto é efectuado durante os dias úteis entre as 12h e as 14h.
4. Que cuidados de saúde deve ter durante a viagem?
Em 2015 foram diagnosticados, pelas autoridades locais, nas ilhas de Santiago, Fogo e Maio, casos de vírus Zika, não se tendo registado casos em de 2016. Recomenda-se no entanto, o uso frequente de repelentes de insectos bem como utilização de vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada de mosquito do género Aedes.

Medidas de precaução geral a tomar: beber somente água engarrafada e sem gelo. Evitar o consumo de vegetais crus (ex. saladas) e de alimentos confeccionados com ovos crus ou mal cozidos. Para além dos medicamentos que normalmente necessitem, os viajantes devem vir munidos, entre outros, de antidiarreicos, creme de protecção solar e de repelentes de insectos, de preferência contendo DEET, cumprindo a sua aplicação de acordo com as recomendações.
5. Como funciona o transporte entre as várias ilhas?
Cabo Verde tem quatro aeroportos internacionais com carreiras regulares para Portugal: -Aeroporto Internacional Nélson Mandela na cidade da Praia: voos directos de Lisboa através da TAP e da TACV; – Aeroporto Internacional Amílcar Cabral na Ilha do Sal: voos directos de Lisboa através da TAP e da TACV; – Aeroporto Internacional Aristides Pereira na ilha da Boa Vista: voos diretos de Lisboa através da TAP e da TACV, voos charters internacionais e voos domésticos; – Aeroporto Internacional Cesária Évora na ilha de São Vicente: voos de Lisboa através da TAP e da TACV.
A ligação com as restantes ilhas do arquipélago, com excepção da ilha da Brava e Santo Antão, é feita através de voos internos da TACV e da Binter.” As ilhas da Brava e de Santo Antão são acessíveis unicamente por via marítima. A ilha de Santo Antão tem ligação diária a S. Vicente por ferry-boat. As ilhas de Santiago, Brava e Fogo estão também ligadas por “Fast Ferry”.

A rede rodoviária é bastante deficiente. Porém, nas ilhas de Santiago, S. Vicente, Sal e Santo Antão têm vindo a ser construídas algumas boas estradas nos principais eixos rodoviários. Na cidade da Praia a ligação entre as diferentes localidades é assegurada através de duas empresas de transportes, Solatlântico e Moura Company.
6. Como funciona a Internet em Cabo Verde?
As telecomunicações são fáceis e com bom funcionamento, tanto na rede fixa como na rede móvel. É possível a utilização de telemóveis de redes portuguesas em sistema de “roaming”. Cabo Verde é, aliás, um dos países africanos com melhor rede de internet. Isso não quer dizer, como é óbvio, que terá rede em todos os lados, especialmente se pretende visitar locais mais isolados.
7. Que moeda se usa em Cabo Verde?
A moeda local é o escudo cabo-verdiano. A taxa de câmbio é de 1€ = 110.265 CVE (2018). O Euro é correntemente aceite. São aceites cartões de crédito e cartões Visa Electron para levantamentos em ATM e em bancos, bem como, em geral, nos principais estabelecimentos hoteleiros, restaurantes e supermercados. Convirá confirmar previamente a possibilidade desta forma de pagamento junto dos respectivos estabelecimentos.
8. Qual é a melhor Ilha para visitar em Cabo Verde?
Como já foi dito anteriormente, depende daquilo que procura. A Ilha do Sal é a mais conhecida e famosa, por exemplo, por possuir mais locais de diversão nocturna. Se, pelo contrário, pretende umas férias mais sossegadas, em família, deverá optar pela Ilha da Boavista. Ambas, Sal e Boavista, possuem bons hotéis e boas ligações com as restantes ilhas. Tenha em atenção que, embora possa também ficar alojado em qualquer uma das outras ilhas do arquipélago, os hotéis são, regra geral, de menor qualidade comparados com os que pode encontrar na Ilha do Sal e na Ilha da Boavista.
Os 16 melhores locais para visitar em Cabo Verde
1. Ilha do Fogo
Fogo é a mais proeminente de todas as ilhas de Cabo Verde, com uma altitude máxima de 2.900 metros acima do nível do mar. O vulcão Pico de Fogo é a principal atracção e pode ser escalado em cerca de seis horas, usando a cidade próxima Chã de Caldeiras como ponto de partida.

A maior cidade da ilha é São Filipe, que é a quarta maior cidade de Cabo Verde e também o lar de um dos principais aeroportos das ilhas. As praias da ilha são impressionantes e vale a pena explorá-las.
2. Ilha do Sal
É fácil adivinhar qual foi a indústria principal da Ilha do Sal. A maior parte do sal extraído no século 19 foi exportada para o Brasil; hoje o sal é extraído principalmente para os turistas levarem para casa e para uso local. A Ilha do Sal é agora um destino turístico popular, tendo o principal aeroporto internacional em Cabo Verde.

É principalmente uma ilha plana e arenosa, com os ventos alísios no Inverno transformando-a numa Meca para os surfistas. Há sol quase todos os dias e por isso as praias de areia branca também estão cheias. A Ilha do Sal é a mais animada do arquipélago e uma das que possui mais ofertas de hotéis de qualidade.
3. Ilha da Boa Vista
Se outrora os cartões postais de Cabo Verde eram coroados pelas paradisíacas praias da ilha do Sal, nos últimos anos, a ilha da Boa Vista tem-se afirmado, também, como um dos destinos preferidos dos turistas que procuram desfrutar dos encantos que o “sol & mar” têm para oferecer a quem visita Cabo Verde. Descoberta a 3 de Maio de 1480, a ilha da Boa Vista guarda uma história rica em cultura e tradições, como a tecelagem, a cerâmica, a música e a literatura, para além das belas praias de areia branca, que se estendem ao longo de 55 quilómetros e que oferecem uma diversidade de desportos náuticos, do mergulho à descoberta dos tesouros de navios afundados e encalhados, ao windsurf.

Falar da Boa Vista é falar ainda das ruínas por explorar do Curral Velho e do Deserto de Viana. Um cenário inóspito e até lunar. Há quem lhe chame de extensão do Saara, no meio do Oceano Atlântico, onde sobressaem dunas de areia branca a perder de vista ao longo de 5 quilómetros de extensão, que fazem com que a Boa Vista ofereça uma diversidade paisagística para além das suas praias paradisíacas.
4. Cidade Velha
Também conhecida por Ribeira Grande de Santiago, a localidade foi descoberta pelos portugueses em 1460. E, dois anos mais tarde, foi lá criada a primeira cidade do mundo construída por europeus nos trópicos, mais precisamente por Portugal, tornando-se a primeira capital do arquipélago, título que ostentou até 1770, quando se deu a passagem oficial para a Praia de Santa Maria, a actual Cidade da Praia.

A cidade, que tem no mar a sua principal função, foi erigida no século XV para servir de ponto de abastecimento para o comércio de escravos entre África e América. A recuperação do sítio histórico começou nos finais da década de 1980, financiada não só pela cooperação portuguesa, mas principalmente pela espanhola, que já investiu na Cidade Velha mais de cinco milhões de euros. Esse dinheiro foi aplicado na restauração dos monumentos e das moradias, além da melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes.
5. Ilha de Santiago
A maior ilha de Cabo Verde é Santiago, e em comparação com muitas das outras ilhas habitadas, chove muito mais frequentemente aqui. Consequentemente, Santiago é a ilha mais verde e fértil do arquipélago. Em Santiago, tem a possibilidade de contemplar uma paisagem variada, e é graças a essa diversidade que a ilha oferece uma infinidade de actividades ao ar livre.

As duas cadeias montanhosas da ilha oferecem as melhores condições para caminhadas e pode desfrutar da natureza no seu estado mais puro. No entanto, as jóias da coroa de Santiago são as infinitas praias de areia branca, como a Ribeira da Prata, onde coqueiros rodeiam a praia na sua totalidade.
6. Pedra de Lume
Pedra de Lume é uma pequena povoação onde podemos encontrar as salinas que deram nome à ilha. Pedra Lume fica no interior duma antiga cratera de vulcão para onde a água do mar se infiltra e evapora e a sua entrada é feita a partir de um túnel.

Esta paisagem única contrasta com o azul do mar e o branco do sal onde é possível tomar um banho relaxante e rejuvenescedor pois diz-se que é 26 vezes mais salgada que a do mar. Numa parte das salinas, é possível tentar mergulhar nas suas águas, que apresentam uma elevada concentração de sal. Essa elevada densidade de sal impede que as pessoas consigam ir ao fundo, permitindo-lhes boiar sem qualquer esforço.
7. Santa Maria (Ilha do Sal)
A cidade de Santa Maria é o centro turístico por excelência e de muito fácil acesso ao aeroporto. É a cidade onde se concentra o maior número de hotéis, localizados perto da mais bela e maior praia da ilha, a praia de Santa Maria.

O seu extenso areal com aproximadamente 8 km de areia dourada e águas cor turquesa, de ventos que sopram diariamente é um convite aos amantes da prática dos desportos náuticos incluindo várias provas a nível internacional como o circuito internacional de Wind Surf, as suas águas cristalinas e transparentes convidam à pesca desportiva e ao mergulho onde se podem ver tubarões, moreias, raias, baleias, golfinhos.
8. Ilha de São Vicente
Cesária Évora, que nos dá as boas vindas à ilha se aqui chegarmos através do aeroporto internacional baptizado com o seu nome. A sua estátua ali colocada, não é por acaso. Eis-nos em São Vicente! Terra da maior embaixadora de Cabo Verde. Ilha criativa, berço de músicos, actores, artistas plásticos; escritores. Ilha do Monte Cara debruçado sobre uma das mais belas baías do mundo. O encanto de S. Vicente é inesgotável e surpreendente. Mindelo, a capital da ilha, um charme de cidade, que sabe receber.

O convite é para se deixar ir, a pé, pela ruas e ruelas, conhecer cada recanto, conviver com os habitantes, sentar-se numa esplanada, ouvir música, mergulhar na Laginha. Parar e desfrutar. Talvez depois, zarpar à descoberta da ilha, por uma estrada panorâmica que recorta a zona costeira, com miradouros que oferecem vistas de cortar a respiração. Neste percurso chegará a algumas das mais belas praias da ilha. Praia Grande; Calhau ou a obrigatória Baía das Gatas, palco do maior festival de música do país.
9. Praia
São apenas 14 km que separam Cidade Velha da cidade da Praia, a actual capital de Cabo Verde. As principais atracções incluem os edifícios históricos e o animado mercado, localizados no bairro central conhecido como Plateau. Nesta pacata cidade, há ainda a morabeza.

Este regionalismo cabo-verdiano, que significa amabilidade e gentileza, captura como nenhuma outra palavra a recepção calorosa da população cabo-verdiana de Praia. Quanto à oferta de restaurantes, o difícil é a escolha. O Quintal da Música é considerado um dos melhores.
10. Ribeira Brava
Eleita Património Nacional de Cabo Verde em 2010, Ribeira Brava é uma simpática cidade, ainda que continue a ser chamada de “Vila”, com muitas casas que guardam a herança colonial, e onde sobressai a sua arquitectura original.

Para uma aventura no Centro Histórico da Ribeira Brava, os ténis, ou o calçado trecking, serão o seu maior aliado. Espera-o um conjunto de ruas e ruelas estreitas, com subidas ingremes, algumas onde mal passa uma viatura, outras uma simples bicicleta…, mas que vale a pena descobrir.
11. Ilha de Santo Antão
Tudo começou na “Povoação”, actual Vila da Ribeira Grande, situada na zona norte, que acolheu a primeira urbe da ilha. Mas, hoje, ao longo dos 779 km2 que compõe o território de Santo Antão distribuem-se três municípios: Porto Novo, Ribeira Grande e Paul. Juntos formam a segunda maior ilha do país, a mais montanhosa e, talvez, o maior “pulmão” verde de todo o arquipélago. Vales e imponentes montanhas de cortar a respiração. Rochas íngremes e escarpadas desafiadas pela população. Não se espante ao ver casas erguidas nos lugares mais inóspitos e longínquos, e sem estradas de acesso. A cultura da ilha é ainda rica em música, artesanato e gastronomia variada. Impossível não provar os doces e licores de Lajedos, o queijo de cabra e o afamado grogue de Santo Antão. Dizem os especialistas, que é o melhor de Cabo Verde.

Aqui só se chega de barco, via São Vicente, Mindelo. O que faz ampliar o misticismo por detrás de uma viagem a Santo Antão. Uma hora de viagem é o quanto basta para chegar a esta ilha mágica. Há sua espera, Porto Novo, uma cidade piscatória e a grande porta de entrada em Santo Antão, ilha agrícola por natureza. A ilha das montanhas, como é conhecida, tem-se assumido como um dos principais destinos do Turismo de Natureza, Rural e do Eco-turismo de Cabo Verde, graças à sua diversidade paisagística e inúmeras potencialidades para a prática de desportos de natureza.
12. Ilha do Maio
Se procura um paraíso virgem, por explorar, a ilha do Maio é o seu destino. Localizada na chamada região de Sotavento, oito escassos minutos é o quanto lhe basta para lá chegar de avião, através da capital de Cabo Verde, Praia, na ilha maior, Santiago. Maio, uma ilha pacata, para quem busca um contacto com a natureza no seu estado puro, e gosta de aliar tudo aquilo que o turismo balnear tem para oferecer, “sol e mar”, ao contacto com a cultura e as tradições locais do seu povo. Esta é a ilha mais plana de Cabo Verde, curiosamente onde planícies desertas se intercalam com a maior área florestal do país e onde a produção de carvão vegetal chegou a ter expressão, enquanto sustento da população local.

Entre o mar e as planícies e algumas ribeiras, a pesca, a agricultura e agro-pecuária são as principais fontes de rendimento da população, não podendo por isso deixar de experimentar o queijo, uma garoupa grelhada ou uma lagosta, tudo made in Maio. Tradições, usos e costumes que vale a pena explorar, percorrendo as principais povoações, numa volta à ilha, onde poderá se cruzar com burros ou galinhas do mato, que se atravessam na estrada. Além da Cidade de Porto Inglês, o centro da ilha, Morro, Calheta, Morrinho, Ribeira D. João, Pai António, Praia Gonçalo, Figueira da Horta, Barreiro, Alcatraz e Pilão Cão, esperam por si. Entre as praias de areia branca e as águas cristalinas, a ilha do Maio convida também ao mergulho ou pesca desportiva.
13. São Nicolau
Ilha agrícola por excelência, São Nicolau é uma das ilhas em ascensão no Turismo Rural e de Natureza, em Cabo Verde. Cada dia que passa, a ilha conquista cada vez mais turistas que querem escalar o “Monte Gordo”, percorrer o verdejante Vale da Fajã, e se lançarem na aventura que os inúmeros trilhos que se espalham pelas montanhas, têm para oferecer.

A riqueza paisagística e ambiental, que se estende das montanhas até ao mar, é ampliada pela riqueza histórico-cultural que envolve também toda á ilha. Aqui nasceu Baltazar Lopes da Silva, o autor do celebre romance “Chiquinho”. Para muitos constitui a obra “fundadora” da literatura cabo-verdiana. Por isso, irá se cruzar com uma imponente estátua em sua homenagem, em pleno coração da Vila da Ribeira Brava.
14. Santa Luzia
A ilha de Santa Luzia é a única desabitada do país e por isso a pérola mais virgem das ilhas. Mas reza a história que chegou a acolher uma pequena comunidade agrícola no séc. XVIII, hoje entregue à natureza no seu estado puro. Uma reserva natural que se estende ao longo de 35km2, e onde residem duas espécies endémicas de aves: Calhandra do Raso e Cagarra de Cabo Verde. Mas a sua costa marinha é muito rica e vasta em diferentes espécies, incluindo de peixes e bancos de corais.

Santa Luzia é conhecida ainda pela grande actividade de baleias, golfinhos e de tartarugas. É comum pescadores pescarem junto à sua costa e pernoitarem na ilha. Aqui só pode chegar mesmo de barco e com a devida autorização da Agência Marítimo Portuária de Cabo Verde. A riqueza de fauna e flora fazem com que Santa Luzia seja muito procurada para estudos e investigações científicas.
15. Tarrafal
O campo de prisioneiros do Tarrafal funcionou, de forma irregular, entre 1936 e 1974, acolhendo primeiro os opositores portugueses ao regime e, posteriormente, os guerrilheiros dos grupos de libertação dos países africanos. Em Outubro de 1936 chegaram a Cabo Verde cerca de centena e meia de pessoas para inaugurar o campo de concentração do Tarrafal. As condições de vida eram atrozes. O clima era quente, quase desértico, não existiam condições de higiene, a comida era escassa e os prisioneiros estavam obrigados a realizar trabalhos forçados.

Pelas razões já apontadas também lhe chamavam “campo da morte lenta” e mais de três dezenas de pessoas perderam lá a vida… O campo esteve em funcionamento de forma intermitente entre 1936 e 1954 recebendo oposicionistas portugueses ao regime. Em 1961 voltaria a ser reactivado, mas com o objectivo de receber militantes dos grupos que lutavam pela independência das colónias africanas.
16. Mindelo
O Mindelo, localizado na ilha de São Vicente, barlavento cabo-verdiano, é uma povoação cosmopolita. Cidade bela, histórica e com um povo caloroso, tem a reputação de acolher as noites mais animadas e os principais pólos de actividade cultural do arquipélago de Cabo Verde. Terra de Cesária Évora, de mornas, funaná e coladeras, e do festival da Baía das Gatas. Sejam bem-vindos a um pedaço de África em pleno Atlântico, com uma atmosfera singular e cativante: o Mindelo, em Cabo Verde.

Um dos principais ícones da vida local é, aliás, o calçadão da baía da Laginha, em torno do qual a cidade se espraia. É aqui que os residentes se dedicam ao culto do bem-estar físico: os culturistas exercitam-se em máquinas de musculação improvisadas na praia; há um corrupio constante de senhoras fazendo jogging e footing até ao pôr-do-sol; e, logo pela manhã, dezenas de crianças correm no areal aquecendo os músculos para as aulas de natação.