A chegada da chuva altera de imediato as condições de circulação. O piso fica escorregadio, a visibilidade diminui e a probabilidade de acidente aumenta.
Nestes cenários, uma condução prudente não passa apenas por reduzir a velocidade: exige atenção redobrada, distâncias maiores e o cumprimento rigoroso das regras de iluminação.
Entre os erros mais frequentes está a má utilização das luzes, uma falha que continua a gerar coimas significativas e que muitos condutores ainda desvalorizam.
O erro mais comum: usar as luzes erradas à chuva
É habitual ver veículos a circular apenas com luzes de presença ou com as luzes diurnas, mesmo em plena chuva. Contudo, o Código da Estrada estabelece que, sempre que exista fraca visibilidade — como acontece em períodos de chuva intensa, nevoeiro ou neve — devem ser usados os médios.
Circular nestas condições apenas com as luzes mínimas pode originar uma coima entre 60 e 300 euros, dependendo da gravidade da infração.
Ainda mais penalizado é o uso indevido dos faróis de nevoeiro traseiros. Estes devem ser ligados apenas quando a visibilidade é realmente muito reduzida, já que encandeiam quem circula atrás. A utilização abusiva destes faróis constitui uma contraordenação muito grave, com coimas que podem atingir 600 euros.
A regra prática é simples: se for necessário ligar os limpa-para-brisas, é prudente ligar também os médios. Aumenta-se a visibilidade e garante-se que o veículo é visto com clareza pelos outros condutores.
Aquaplanagem: quando a aderência desaparece
A aquaplanagem continua a ser um dos fenómenos mais perigosos em piso molhado. Ocorre quando os pneus deixam de tocar no asfalto e o veículo passa a deslizar sobre uma camada de água, retirando ao condutor capacidade de direção.
A prevenção começa na manutenção dos pneus. Apesar de a lei exigir um mínimo de 1,6 mm de profundidade do piso, muitos especialistas recomendam a substituição quando o sulco atinge os 3 mm, especialmente durante o inverno. Uma diferença aparentemente pequena pode ter impacto significativo na aderência.
Se ocorrer aquaplanagem, o comportamento do condutor é crucial. Deve-se levantar lentamente o pé do acelerador, manter o volante direito e aguardar que os pneus recuperem a tração. Travagens bruscas ou movimentos repentinos podem agravar a perda de controlo.
Velocidade e distância: dois fatores que fazem toda a diferença
Com o piso molhado, o tempo necessário para travar aumenta de forma considerável. Ajustar a velocidade e a distância de segurança torna-se fundamental.
Uma regra prática é reduzir cerca de 20% da velocidade permitida. Num limite de 120 km/h, circular a cerca de 100 km/h é mais adequado quando chove. A distância para o veículo da frente deve ser, no mínimo, duplicada: de dois segundos em piso seco para cerca de quatro segundos com chuva.
Evitar ultrapassagens desnecessárias, travagens abruptas e curvas em velocidade elevada são medidas que ajudam a diminuir o risco de acidente.
Luzes corretas, pneus em bom estado e condução suave
Conduzir à chuva implica decisões rápidas, mas também hábitos preventivos. Verificar o estado dos pneus, ligar os médios sempre que a visibilidade diminui e adotar uma condução mais suave contribuem para viagens mais seguras — e reduzem a probabilidade de enfrentar coimas pesadas.







