Quando o frio chega, é comum que muitas casas portuguesas enfrentem o mesmo problema: janelas a pingar, divisões com cheiro a humidade e manchas escuras nos cantos.
Nos últimos meses, multiplicaram-se relatos de quem começou a colocar sal grosso junto às janelas para tentar travar o problema. A ideia parece básica, mas tem fundamento e até pode funcionar como apoio às medidas tradicionais de ventilação.
O sal grosso é higroscópico, o que significa que consegue absorver água presente no ar. Ao ser colocado em pequenas taças nos peitoris das janelas, retira parte da humidade da divisão e reduz a formação de condensação.
A técnica não substitui soluções mais estruturais, mas ajuda a minimizar problemas em casas antigas ou em locais onde a circulação de ar é limitada.
Por que surge tanta condensação no inverno?
A condensação acontece quando o ar quente e húmido do interior entra em contacto com superfícies frias, como vidros ou paredes exteriores.
Sem ventilação adequada, esse excesso de água acumula-se e cria condições para o desenvolvimento de fungos e manchas. As casas mais expostas ao frio ou com janelas de vidro simples tendem a sentir o efeito com maior intensidade.
Como aplicar o método de forma eficaz
O procedimento é simples:
- Coloque pequenas taças com sal grosso nos peitoris ou junto às zonas onde costuma formar-se condensação.
- Evite espalhar o sal diretamente sobre superfícies que possam ficar danificadas.
- Substitua o sal quando endurecer ou escurecer, sinal de que já absorveu bastante água.
- Use recipientes estáveis, para evitar derrames junto a materiais sensíveis.
Este truque pode ainda ajudar a identificar zonas críticas da casa. Se uma das taças endurecer muito mais depressa do que as restantes, pode ser sinal de infiltrações ou falta de ventilação nessa área.
A opinião dos especialistas e o que é considerado “normal”
A DECO PROteste lembra que a humidade relativa ideal situa-se entre 40% e 60%. Valores acima deste intervalo aumentam o risco de mofo, degradação de materiais e desconforto.
Por outro lado, níveis demasiado baixos também podem afetar o ambiente interior. Um higrómetro simples permite verificar rapidamente se a casa está dentro dos valores recomendados.
Além disso, técnicos de edifícios lembram que a condensação persistente pode indicar falta de isolamento térmico. Nestes casos, recorrer a soluções como vidros duplos, selagem de frinchas ou pequenos melhoramentos na envolvente da casa pode reduzir o problema a longo prazo.
Outras formas de reduzir a humidade no dia a dia
O uso de sal pode ajudar, mas é importante combinar o método com hábitos que reduzem a libertação de vapor de água:
- Ligar o exaustor sempre que se cozinha.
- Manter as panelas tapadas para evitar a libertação excessiva de vapor.
- Abrir janelas por alguns minutos todos os dias para renovar o ar.
- Evitar secar roupa dentro de casa sem circulação de ar adequada.
- Manter portas de casas de banho fechadas após os duches, sobretudo se ainda estiverem húmidas.
Quando estas medidas não são suficientes, um desumidificador pode estabilizar os níveis de humidade ao longo do dia. Estes equipamentos são especialmente úteis em quartos voltados a norte ou em habitações onde a luz natural é reduzida.
Quando procurar uma solução mais definitiva
Se a presença de humidade persistir mesmo com os cuidados básicos, é aconselhável verificar se existe infiltração vinda do exterior, fissuras nas paredes ou problemas relacionados com canalizações. Nestes casos, a intervenção técnica pode evitar que a situação evolua para danos estruturais mais sérios.







