O furacão Gabrielle, que começou por ser uma tempestade tropical moderada, evoluiu rapidamente e já é considerado um dos sistemas mais relevantes da presente época ciclónica no Atlântico.
Com ventos que chegaram aos 220 km/h, Gabrielle poderá atingir os Açores nos próximos dias, mantendo-se como uma ameaça real para o arquipélago.
Trajetória vigiada de perto
Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Gabrielle deverá cruzar entre as ilhas dos Grupos Ocidental e Central durante a sexta-feira.
A previsão aponta para ventos superiores a 120 km/h, chuvas intensas e agitação marítima significativa, com ondas que podem ultrapassar os 10 metros de altura.
Apesar de se prever algum enfraquecimento, os riscos não devem ser subestimados. Os principais modelos meteorológicos — ECMWF, GFS, UKMO e ICON — mantêm um consenso relativo quanto ao seu percurso, embora a intensidade final à chegada continue incerta.
Riscos potenciais para os Açores
Mesmo que Gabrielle chegue como furacão de categoria 1, os seus efeitos poderão ser significativos. Entre os cenários considerados estão:
- Ventos fortes, com potencial para danificar infraestruturas e provocar cortes de energia;
- Chuvas intensas, aumentando o risco de inundações rápidas e movimentos de terras;
- Mar muito agitado, perigoso para embarcações e zonas costeiras.
A Proteção Civil dos Açores está a acompanhar a situação e já apelou à população para seguir as recomendações de segurança e manter-se informada através dos canais oficiais.
Preparação e medidas práticas
A preparação atempada continua a ser essencial. As autoridades sublinham a importância de:
- Reforçar portas, janelas e telhados;
- Recolher objetos soltos no exterior;
- Assegurar reservas de água, alimentos e medicamentos essenciais;
- Evitar deslocações durante o pico da tempestade;
- Garantir apoio a vizinhos vulneráveis.
Adicionalmente, é recomendado que cada família tenha um plano de emergência, incluindo um local seguro dentro de casa e contactos úteis à mão.
Lições do passado e o espírito açoriano
Os Açores têm uma longa experiência no contacto com fenómenos meteorológicos extremos.
Casos como o furacão Lorenzo, em 2019, e o furacão Gordon, em 2005, mostraram que, apesar dos danos causados, a resiliência das comunidades e a eficácia das respostas institucionais têm sido determinantes para ultrapassar as dificuldades.
Gabrielle representa um novo teste a essa capacidade de resposta. Embora a trajetória final ainda possa sofrer alterações, a preparação desde já é fundamental para proteger pessoas e bens.







