Há palavras que tocam mais do que outras. Seja pela sonoridade, seja pelo que evocam, há vocábulos que parecem carregar em si uma memória, uma emoção ou um gesto.
Algumas são simples, outras quase poéticas, mas todas têm em comum a capacidade de despertar algo cá dentro — seja um sorriso, uma lembrança ou até uma lágrima.
A lista que se segue não pretende ser definitiva, nem universal. Cada pessoa tem as suas palavras favoritas. Mas aqui ficam 50 exemplos de como a língua portuguesa pode ser, também ela, um lugar de beleza.
- Adeus: despedida que carrega a memória de algo que ficou para trás — ou de alguém que já não está.
- Adorável: aquilo que é digno de encanto, estima ou carinho.
- Alumbramento: deslumbramento profundo, quase mágico; um momento de revelação emocional.
- Amizade: laço de estima, lealdade e companheirismo entre pessoas.
- Amor: sentimento intenso de afeição, proximidade e protecção.
- Caminhos: direcções que a vida nos propõe — tanto físicas como metafóricas.
- Chuva: fenómeno natural que evoca paz, melancolia ou romance, conforme os dias.
- Coragem: força interior que permite avançar apesar do medo ou da dúvida.
- Cuidar: acto de zelar por alguém — um dos gestos mais genuínos do amor.
- Cumplicidade: sintonia silenciosa entre duas pessoas que se entendem sem palavras.
- Efémero: o que é breve, mas que deixa marca.
- Equilíbrio: estado de harmonia entre razão, emoção e acção.
- Encanto: algo que fascina e nos prende — como um feitiço bom.
- Enternecer: tornar-se terno, delicado, afectuoso.
- Epifania: momento súbito de clareza ou revelação interior.
- Esperança: crença persistente de que algo bom ainda pode acontecer.
- Felicidade: estado de plenitude — breve ou duradouro — que aquece a memória.
- Gentileza: gesto amável que melhora o mundo à nossa volta.
- Honestidade: fidelidade à verdade — connosco e com os outros.
- Honra: viver com princípios e manter a palavra dada.
- Imprescindível: aquilo que não pode faltar — seja uma pessoa, uma ideia ou um sentimento.
- Inexorável: firme, implacável, resistente à tentação ou à chantagem.
- Infinito: o que não tem fim, seja o amor, o céu ou o mar.
- Liberdade: viver com autonomia e agir segundo a consciência.
- Mãe: quem dá a vida, o colo e a alma; amor incondicional.
- Marés: movimento rítmico das águas que lembra os ciclos da própria vida.
- Melancolia: tristeza doce, quase poética, que não tem razão definida.
- Memória: acto de guardar — e de reviver — o que já passou.
- Metáfora: forma de dizer o mundo de maneira mais bela ou mais clara.
- Nação: comunidade unida por história, língua e afectos partilhados.
- Nascimento: início de uma vida, ou de uma nova forma de estar no mundo.
- Palavras: veículos de afecto, raiva, poesia — capazes de criar e de ferir.
- Pátria: o lugar (ou o povo) a que sentimos pertencer.
- Paz: estado de serenidade interior ou de harmonia com o mundo.
- Perfeitamente: palavra que pode encerrar um verso ou resumir um sentimento total.
- Primavera: tempo de renovação, onde tudo floresce — por dentro e por fora.
- Reciprocidade: o que se dá e se recebe — condição do amor e da amizade.
- Recomeçar: voltar a tentar, com fé renovada, depois de um fracasso.
- Renascer: erguer-se de novo, depois de uma queda ou de uma revelação.
- Resiliência: capacidade de resistir e manter-se firme perante a adversidade.
- Respeito: base para qualquer convivência justa e digna.
- Risos: som da alegria partilhada — muitas vezes, o melhor remédio.
- Saudade: sentimento português por excelência — presença da ausência.
- Sentir: viver com intensidade o que vai além das palavras.
- Silêncio: pausa cheia de significado — entre dois olhares ou dois corações.
- Singularidades: aquilo que nos torna únicos e irrepetíveis.
- Sublime: o mais alto grau de beleza, emoção ou sentido.
- Ternura: gesto doce que diz “estou aqui” sem precisar de mais nada.
- Tertúlia: conversa entre amigos — com palavras, ideias e talvez um copo à mistura.
- Vida: tudo aquilo que vivemos, sentimos, partilhamos — o que nos move.
As palavras, por si só, não mudam o mundo. Mas mudam a forma como o sentimos e como o interpretamos. E por vezes, basta uma palavra — bem dita, bem escolhida — para mudar um dia inteiro.










