A vila de Monsaraz tem um encanto especial que fascina quem visita esta pequena pérola no Alentejo nas margens do Alqueva. Trata-se de uma das mais bonitas vilas de Portugal e encanta os turistas graças às suas casas caiadas de branco, às suas ruas de xisto, às suas muralhas e ao seu castelo.
Desde Monsaraz é possível avistar grande parte das planícies do Alentejo, agora cobertas por água por causa da construção da Barragem do Alqueva que veio transformar a paisagem e que deu origem a um dos maiores lagos da Europa.
Visitar Monsaraz é uma experiência única e a grande maioria das pessoas irá sentir-se recompensada apenas pelo simples acto de passear pelas suas ruas ou de assistir ao um magnífico pôr-do-sol desde o alto das suas muralhas. No entanto, caso pretenda conhecer este pequeno paraíso com mais detalhe, saiba que há muito para ver e muitas coisas que fazer nesta vila alentejana. Estes são os melhores locais para visitar em Monsaraz.
1. Castelo de Monsaraz
O Castelo de Monsaraz encontra-se localizado no extremo Sudoeste desta encantadora povoação da região do Alentejo, em Portugal. Este castelo, classificado como Monumento Nacional, foi construído em finais do século XIII por pedido do rei D. Dinis e faz parte da cadeia de fortificações que faziam fronteira com Espanha.

Actualmente podem-se reconhecer nele a torre de menagem e quatro torres quadradas mais pequenas. Hoje em dia, a parte central do Castelo é muitas vezes usado como pano de fundo e a torre de menagem é dividida em três andares, o inferior que foi usado como uma prisão, o intermediário como salão nobre do perfeito e o último como sótão do palácio.
2. Igreja Matriz de Santa Maria da Lagoa
A primitiva igreja gótica é construída na segunda metade do século XIII, sendo a sua referência mais antiga do tempo do rei D. Dinis. Em virtude da peste negra que assolou a região, a igreja original desaparece no reinado de D. João I, dando azo à construção de uma nova Matriz, uma vez que as reduzidas dimensões do edifício não permitiam o sepultamento da população local.

A construção da actual igreja matriz, da responsabilidade do arquitecto Pêro Gomes, é do século XVI, baseada no estilo renascentista, com três naves apoiadas em quatro colunas toscanas, onde predomina o xisto regional. O frontão encontra-se decorado com um painel de azulejos e encabeçado por uma Cruz da Ordem de Cristo, representativo de Nossa Senhora da Conceição. O altar-mor, composto por talha dourada, manifesta duas esculturas em madeira que representam Santo Agostinho e Santa Mónica. O seu interior está ornamentado com decorações artísticas dos séculos XVII e XVIII e com oito capelas laterais. É essencial destacar o túmulo de Gomes Martins Silvestre, primeiro alcaide e povoador de Monsaraz, construído em mármore de Estremoz, cuja face frontal mostra um cortejo fúnebre onde desfilam diversas figuras e no topo uma figura alusiva à actividade do cavaleiro templário.
3. Cromeleque do Xerez
O conjunto megalítico da Herdade do Xerez ou Cromeleque do Xerez pode ser visitado actualmente numa área junto ao Convento da Orada, perto de Monsaraz. Encontra-se destacado na paisagem, beneficiando do plano elevado da planície em que se encontra. O acesso é muito fácil. É constituído por um recinto de planta quadrangular regular, centralizada, definida por 50 menires de granito, com tamanhos entre os 120 e 150 cm de altura cada um. Ao centro, existe um monólito de aspecto fálico com cerca de 4 metros de altura, em que foi identificada uma fiada de covinhas na face Oeste.

O Cromeleque data do período entre o início de 4000 a.C. e meados de 3000 a.C. O conjunto foi encontrado deitado por terra na Herdade do Xerez, tendo sido composto com a disposição actual em 1969, com base num desenho de um dos menires mais pequenos, que se julgou ser a planta original. É um dos poucos cromeleques existentes em território português.
4. Olaria de São Pedro do Corval
A tradição da cerâmica em São Pedro do Corval remonta aos tempos pré-históricos, graças à existência de depósitos de argilas com características específicas nesta zona do Concelho de Reguengos de Monsaraz, que motivaram desde sempre esta actividade. Por entre potes, rodas de oleiros e fornos descobrem-se peças utilitárias tradicionais únicas que nos transportam para os tempos antigos em que o barro se moldava às necessidades dos trabalhos dos campos e das vidas humildes no Alentejo.

Actualmente encontramos em São Pedro do Corval verdadeiras obras de arte, quer na forma, quer na decoração – a pintura cerâmica – feitas com um saber ancestral e uma estética característica da região. Aliado à experiência única de poder ver ao vivo o barro a ser moldado pelas experientes mãos do mestre oleiro na sua roda e de poder partilhar dos seus conhecimentos e vivências, São Pedro do Corval, com mais de duas dezenas de olarias em constante funcionamento é por excelência o maior centro oleiro do país e um dos maiores da Península Ibérica.
5. Lago do Alqueva
Para passar uns dias descontraídos e em boa companhia, o Grande Lago em que se transformou a albufeira do Alqueva é o pretexto perfeito para relaxar. Falamos de um dos maiores lagos artificiais da Europa, construído sobre o Rio Guadiana. Tem uma albufeira de 250 km2 e abrange cinco concelhos do Alentejo, com muitos pontos de interesse. Na margem direita, recebem-nos os castelos de Juromenha, Alandroal, Terena, Monsaraz e Portel e, na margem esquerda, Mourão e Moura são miradouros privilegiados sobre este espelho de água.

O lago veio dar uma atmosfera surpreendente a esta região. Onde antes havia campo, com oliveiras, sobreiros e azinheiras, hoje vemos água e vida renovada, com óptimas condições para actividades ao ar livre e para a prática de desportos náuticos como a vela, o ski e wakeboard ou para passeios em canoa e kayak, sempre tão revigorantes. Para os amantes das caminhadas e da bicicleta, há percursos cursos sinalizados que se podem fazer. São uma boa forma de descobrir costumes e tradições e nos integrarmos com as populações locais.
6. Convento da Orada
Situado perto da Aldeia do Telheiro, no coração da planície Alentejana, a construção do Convento da Orada teve início em 1700, tendo na altura ficado inacabado até ser finalmente inaugurado em 1741. Este Convento albergou até aos princípios do séc. XIX a Ordem dos Agostinhos Descalços. Segundo a tradição local, este Convento está ligado a Dom Nuno Alvares Pereira, uma vez que se acredita que ele orou aqui antes das batalhas contra Castela.

Recuperado pela “Fundação Convento da Orada“ (orientada para a Salvaguarda do Património Arquitectónico, Cultural e Artístico) que aqui implementou uma escola, o Convento da Orada está hoje também adaptado a Hotel Rural e conta igualmente com um Museu Arqueológico e diversas salas para exposição ou eventos.
7. Praia Fluvial de Monsaraz
A Praia Fluvial de Monsaraz está situada no Centro Náutico de Monsaraz, inserida na albufeira de Alqueva. É a primeira praia do Grande Lago Alqueva e foi inaugurada em Junho de 2017. Galardoada com a bandeira azul, recebeu também as classificações de Praia Acessível (acesso para pessoas com mobilidade condicionada) e Praia Saudável (normas de segurança e de qualidade do ambiente).

O espelho de água oferece uma piscina de 100 metros quadrados integrada numa estrutura flutuante, com solário, dividida em piscina infantil e adulta. A frente de praia tem 120 metros de extensão. O Centro Náutico disponibiliza bar/restaurante, parque infantil, zona de merendas, ancoradouro e rampa para acesso dos barcos à água.
8. Ermida de São Bento
A Ermida de São Bento é uma Capela rural de traços simples que se encontra situada num ponto elevado da localidade de Monsaraz, oferecendo umas bonitas vistas panorâmicas.

Foi construída nos finais do século XVI graças à contribuição dos habitantes da periferia da vila. Actualmente encontra-se algo deteriorada, porque foi danificada no terramoto de 1755. A Capela é composta por uma única nave, uma Capela maior e uma sacristia adjacente. No interior mostra bons exemplos de estilo barroco.
9. Ermida de Santa Catarina
A Ermida de Santa Catarina foi construída no século XVIII, provavelmente pelos Templários, para dar protecção aos viajantes que passavam pelos arredores de Monsaraz. Esta histórica edificação mostra símbolos templários e um estilo arquitectónico típico da Ordem do Templo.

Dentro tem um grande espaço com um arco romano, que permite o acesso à abside. Está coberta por uma cúpula ogival, debaixo da qual apresenta um conjunto de arcos. Na actualidade está classificada como Monumento Nacional e encontra-se situada fora das muralhas de Monsaraz.
Monsaraz… Tudo isso é muito bonito. Mas, acaso, as acessibilidades estão, ou foram, minimamente acauteladas?… Ou as pessoas com mobilidade condicionada (idosos, pessoas com deficiência, grávidas, etc…), não têm direito a usufruir de um património que é de todos nós?…