Em pleno Alentejo, rodeada por vales ondulantes e melancólicos nos quais a paisagem muda consoante as estações do ano, a cidade de Beja tem muito mais para ver e visitar do que aquilo que imagina. Numa cidade repleta de história e que testemunhou a passagens de povos tão distintos como o Visigodos ou os Mouros, os monumentos, igrejas, conventos e museus são uma constante presença. Visitar Beja é regressar ao passado e viajar por uma cidade que tem orgulho em preservar a sua memória histórica.
Beja tem muito para lhe oferecer… Um concelho em que o campo e a cidade se envolvem e que se alteram nas diferentes épocas do ano, permitindo olhares e formas diferentes de os sentir. Para que possa viver estas transformações, não deixe de conhecer os espaços e os locais certos onde pode participar nas diversas iniciativas, pensadas em função do que está a acontecer a cada momento. Estes são os melhores locais para visitar em Beja.
1. Castelo de Beja
O Castelo de Beja está localizado no extremo Noroeste da cidade de Beja, no Alentejo, Portugal. É um Castelo medieval, que foi construído em finais do século XIII sobre umas fundações romanas, por ordens do rei D. Dinis. O Castelo está disposto em planta pentagonal, flanqueado por seis torres, entre elas a Torre de menagem, considerada uma das torres de menagem mais belas de todo Portugal.

A partir do alto desta impressionante torre de 42 metros de altura desfrutarás de umas magníficas vistas sobre a cidade. Na praça de armas ergue-se a Casa do Governador, um edifício que sofreu numerosas modificações nos finais da década de 30, e que, na actualidade, alberga o posto de turismo e um espaço Museológico para exposições temporárias.
2. Sé Catedral de Beja
A paróquia de Santiago Maior é uma das mais antigas de Beja. No início, teve sede na Igreja de Santo Amaro, mas no século XIV foi transferida para este local, onde já existia uma igreja. O templo actual, em estilo maneirista, data de 1590, quando foi construído por vontade do arcebispo D. Teotónio de Bragança segundo um projecto de Jorge Rodrigues. Em matéria de arquitectura, este templo segue a tipologia maneirista, já aplicada noutros monumentos do Alentejo, como, por exemplo, na Igreja de Santo António em Évora. No interior, ricamente decorado, destacam-se o retábulo da capela-mor em talha dourada da autoria do mestre lisboeta Manuel João da Fonseca, datado de 1696-97, os retábulos policromados das capelas laterais e a pintura do altar de São José, atribuída a André Reinoso.

Na capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, é digno de nota o conjunto de painéis de azulejos em azul e branco, datado do século XVIII. Salienta-se ainda o altar dedicado a São Sezinando, natural de Beja e padroeiro da cidade. Na década de 1930, o bispo de Beja D. José Patrocínio Dias solicitou à Santa Sé a elevação da Igreja de Santiago Maior a Sé Catedral de Beja, consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, sendo a única em Portugal que não segue a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Foram então efectuadas obras de restauro, nas quais se valorizaram as componentes maneiristas e barrocas, e enriqueceu-se o tesouro da Sé com peças de arte sacra provenientes de conventos extintos de Lisboa e do património da Casa de Bragança.
3. Museu Regional de Beja
O espólio do Museu Regional de Beja está instalado no Convento Nossa Sra. da Conceição desde 1927 e foi ampliado com colecções provenientes de outros conventos e palácios da região. Entre o rico acervo do Museu, realçamos o núcleo de pintura, composto por obras de mestres portugueses, espanhóis e holandeses, a secção lapidar, a colecção de Ourivesaria, e a secção de Arqueologia, centrada essencialmente no período romano, muito rico nesta região.

Pela sua importância salienta-se, na pintura, o conjunto de quadros da escola primitiva portuguesa, nomeadamente o Ecce Homo (séc. XV), o S. Vicente (séc. XVI) da escola do Mestre do Sardoal, a Virgem da Rosa (séc. XVI), do pintor português Francisco de Campos, e um grupo de quatro painéis (séc. XVI), do pintor português António Nogueira, cujas pinturas representam a Visitação de Santa Isabel, a Descida da Cruz, a Ressurreição e a Ascensão.
4. Convento de São Francisco
O Convento de São Francisco está localizado fora das muralhas medievais da cidade de Beja, junto à antiga estrada que ligava Beja a Mértola, no Alentejo, Portugal. Este convento foi fundado no século XIII, mas sofreu diversas alterações ao longo dos séculos, pelo que mostra elementos de diferentes estilos arquitectónicos.

Do período gótico ainda conserva uma capela funerária (século XV) conhecida como Sala dos Túmulos, que é considerada por muitos como um dos monumentos góticos mais interessantes do país. Na actualidade este convento forma parte da rede de Pousadas de Portugal.
5. Ermida de Santo André
De acordo com a tradição local, a Ermida de Sto. André da cidade de Beja é uma obra que foi fundada em 1162 pelo rei D. Sancho I, para comemorar a hipotética conquista da cidade aos mouros. Seja como for, dessa época não restou quaisquer vestígios materiais, que desapareceram devido à construção do novo templo nos inícios do reinado de D. Manuel I (c.1500). A Ermida de Sto. André localiza-se no arredores da cidade, nas proximidades das muralhas de Beja, e foi secularizada, estando na posse da Câmara Municipal local, que a utiliza para os mais diversos eventos culturais.

De baixa volumetria, todas as paredes externas da ermida são marcadas pelos doze botaréus cilíndricos rematados por coruchéus cónicos, intercalados ao nível da cimalha por coroamento de ameias chanfradas. A abside é igualmente coroada por ameias chanfradas, notando-se ainda gárgulas zoomórficas. Na frontaria, a empena triangular possui um pequeno campanário. Aqui ressalta o porticado nártex formado por três arcos de volta perfeita chanfrados, fechados por ornamentadas grades de ferro forjado. A cobertura desta galilé é de cruzaria ogival com chave circular, sustentada por pentagonais mísulas. A porta do templo é do gótico ogival, tendo decoração emblemática do período manuelino. Interiormente, a nave desenha um módulo rectangular, coberto por abóbada de berço quebrado e dividida em quatro tramos por arcos formeiros. As paredes caiadas têm ainda vestígios de frescos.
6. Convento Nossa Senhora da Conceição
O Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição foi fundado na segunda metade do século XV pelos Infantes D. Fernando, primeiro duque de Beja, e sua mulher, D. Beatriz, pais da rainha D. Leonor e do futuro rei D. Manuel I. Construído a partir de um pequeno retiro de freiras contíguo ao palácio dos Infantes, o Convento de Conceição pertencia à ordem de Santa Clara e encontrava-se sob jurisdição franciscana.

Do seu aspecto geral ainda hoje subsistem algumas influências do tardo-gótico em Portugal, nomeadamente o portal gótico flamejante da igreja, as janelas de duplo arco tipicamente mudejar e a platibanda rendilhada, que revelam uma importante transição para o Manuelino. Do espaço primitivo fazem parte a Igreja, o Claustro e a Sala do Capítulo. Entra-se pela Igreja a partir do Côro Baixo, no qual se salienta um pequeno túmulo, de estilo gótico-flamejante, da primeira abadessa do Convento, D. Uganda. A Igreja, de uma só nave, encontra-se revestida de talha dourada dos séculos XVII e XVIII.
7. Núcleo Museológico do Sembrano
O Núcleo Museológico da Rua do Sembrano integra um conjunto de estruturas arqueológicas, efectuadas entre 1980 e 1990, com vestígios desde a Pré-História até à Época Contemporânea. Os elementos mais antigos apontam para uma ocupação deste local que remonta à Idade do Cobre, ficando comprovada a teoria segundo a qual já existiria no local onde actualmente se ergue Beja um importante aglomerado urbano antes da presença romana.

Esta construção pode hoje ser observada através de uma estrutura em forma de grade de grandes dimensões, com o chão em vidro, possibilitando uma leitura da zona arqueológica. É possível, igualmente, observar algumas estruturas do período romano. Para além desta componente, o Núcleo integra ainda uma exposição de carácter permanente, na qual podem ser observados objectos retirados das escavações realizadas no sítio.
8. Igreja da Misericórdia
No primeiro quartel do séc. XVI, o Duque de Beja Infante D. Luis, filho de D. Manuel I, mandou construir no local um edifício destinado a açougue da cidade. A grandiosidade do projecto que estava a ser preparado fê-lo mudar de ideias, resolvendo doar o espaço à Confraria da Misericórdia, efectuando-se então as alterações necessárias ao templo religioso. A primitiva galilé, que foi depois adaptada a entrada da igreja, constitui um exemplo único de arquitectura civil renascentista em Portugal e é o principal motivo da visita.

O interior foi construído num estilo distinto, com elementos manuelinos, criando um claro contraste com o exterior. No século XIX, a Igreja passou a património municipal e em 1927 construiram na cobertura um depósito de água para abastecimento da população. Algumas obras sacras, entre as quais o púlpito do séc. XVI, em mármore de Estremoz, e quatro tábuas do pintor António Nogueira, foram entregues à guarda do Museu Regional Rainha D. Leonor.
9. Museu Jorge Vieira
O Museu Jorge Vieira integra parte do espólio artístico que o escultor Jorge Vieira doou à Câmara Municipal de Beja em 1994. Instalado, desde Maio de 1995, num edifício do centro histórico da cidade, antiga casa de habitação e, imediatamente antes da sua adaptação a espaço museológico, estabelecimento comercial na área da restauração, o Museu alberga um importante conjunto de esculturas, maquetas e desenhos da autoria de Jorge Vieira, artista plástico que marcou o percurso da arte portuguesa ao longo do século XX.

Tem obras suas em diversas cidades e colecções do país. A sua ligação a Beja fortalece-se em 1994, quando é inaugurado, numa rotunda acesso à cidade, o seu Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido, uma iniciativa do Município da cidade. É a partir do estreitar desta relação que o escultor decide doar parte do seu espólio à cidade de Beja. Jorge Vieira faleceu em Estremoz, em 1998. A colecção permanente pode ser visitada no primeiro piso do Museu.
10. Igreja de Santo Amaro
Esta igreja foi alvo de várias campanhas construtivas durante vários séculos que foram motivos para várias atribuições de data de construção. Inicialmente indicavam para um templo do século V, mas numa época posterior e à medida que se vai desenvolvendo o melhor entendimento das comunidades cristãs sob o domínio islâmico, dá-nos a indicação de pertencer ao século X.

Perante o infortúnio que as obras puderam ter na real datação, os estudos bastantes prolongados das respectivas campanhas de obras foram determinantes para uma melhor clarificação. Não ficou assim qualquer dúvida, pela existência dos capitéis das naves que indicam precisamente o século X e inícios do XI. Actualmente a igreja acolhe o Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja, justificando assim a classificação da cidade de Beja como capital do Visigótico de Portugal.
11. Ruínas Romanas de Pisões
Pertencentes à Villa romana de Pisões, de estilo helenístico, estas Ruínas situam-se na Herdade da Almagrassa, a cerca de 10 km a Sudoeste da cidade de Beja, e foram encontradas acidentalmente, em 1967, durante trabalhos agrícolas. Escavações arqueológicas e estudos efectuados nas Ruínas, que até ao momento se encontram parcialmente escavadas, confirmam que a villa terá sido ocupada entre os séculos I e IV d.C. A área residencial dos proprietários é o património que, até agora, maiores estudos sofreu. Seria uma habitação com mais de quarenta divisões com compartimentos essencialmente caracterizados pela sua riqueza decorativa.

Tanques, piscina e termas de apreciáveis dimensões, existiriam igualmente nesta propriedade, em aproveitamento da proximidade da barragem de Pisões, constituindo mesmo, o edifício termal, um dos mais relevantes exemplares de termas privadas romanas encontrados em território português. Todo o conjunto de mosaicos existentes nas Ruínas romanas de Pisões é verdadeiramente assinalável, com peças de grande qualidade, composições geométricas e naturalistas, desde mosaicos monocromáticos até aos policromados. Um verdadeiro tesouro em terras lusas.
12. Museu Botânico de Beja
O Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja é um centro de cultura científica, vocacionado para a apresentação de exposições temporárias que ilustram a relação milenar estabelecida entre o Homem e as Plantas.

O Museu tem como objectivos conservar, estudar e divulgar objectos e conhecimentos provenientes de recolhas e estudos, de botânica económica e de etnobotânica, desenvolvidos em Portugal e no estrangeiro. Através do estudo de objectos manufacturados a partir de plantas, de matérias-primas vegetais e de objectos naturais, o visitante pode redescobrir o engenho do Homem e o poder criativo da Natureza.
Portugal , terra linda!