Visto de longe, com o Trevim ao fundo, o Talasnal é como um postal ilustrado. Nesta aldeia, a maior das Aldeias de Xisto da Serra da Lousã, a natureza convive com múltiplas escolhas de entretenimento e desporto activo. Emolduradas de verde, as casas escuras apoiadas umas nas outras, os dois lagares de azeite tradicionais movidos pela força da água e a fonte, rodeados por arvoredo, formam o cenário ideal para sentir o espírito do centro de Portugal.

O mesmo espírito que dá lugar a animadas conversas no bar O Curral ou no restaurante da aldeia. À sobremesa, não tente resistir aos Talasnicos, pequenos bolos conventuais criados por uma família do Talasnal. Prove este pedaço de céu criado pelos saberes serranos.

Está é, desde há muito, a Aldeia do Xisto da Serra da Lousã que tem dado mais visibilidade e carisma ao conjunto. Pela sua dimensão e disposição, mas também pelos muitos pormenores das recuperações das suas casas. E também pela forma como a aldeia nos seduz pela boca.

A fonte e o tanque emitem a melodia que acompanha a nossa visita. As casas decoram-se com os ramos das videiras. A ruela principal acompanha o declive da encosta, num percurso íngreme. Dela derivam quelhas e becos, que criam um ambiente de descoberta que todos gostam de explorar à espera da surpresa de um novo recanto.

Descobrir esta aldeia representa mergulhar no mundo mágico da Serra da Lousã e embrenhar-se numa vegetação luxuriante por onde espreitam veados, corços, javalis e muitas outras espécies. Aqui reina a Natureza, sensível, que pede respeito.

Mas que permite inúmeras possibilidades de lazer e de desportos activos. Aqui sente-se o pulsar da terra e a sua comunhão com os homens quando se avistam ao longe as aldeias. Parecem ter nascido do solo xistoso, naturalmente, como as árvores.

Dedique dois dias ao Talasnal, onde poderá alojar-se em diferentes casas rurais. Espera-o um local luminoso que o surpreenderá não só pela sua dimensão, mas pelo modo cuidado e detalhado com que têm sido reabilitadas as sua casas. Vai perder-se por quelhas estreitas e pitorescas, e quererá espreitar todos os recantos que o olhar alcança.

Se pretende almoçar no afamado restaurante Ti Lena, faça reserva prévia para evitar desilusões. Neste espaço que presta homenagem à última habitante da aldeia, a entrada faz-se pela cozinha, e a ala destinada às refeições está decorada tradicionalmente, de um modo que o fará sentir-se peculiarmente aconchegado. Parece uma casinha saída de um conto infantil.

Também pode almoçar na esplanada que convida a sentar e saborear a panorâmica serrana. Das iguarias confeccionadas com a mestria de outrora, o cabrito assado em forno a lenha com castanhas e batatas, a chanfana e a mousse de morangos com suspiros merecem a prova.