A palavra “carioca” é de origem indígena e significa “casa de branco”, como registaram os viajantes bávaros Spix e Martius, vindos com D. Leopoldina para o Rio de Janeiro de D. João. As “casas de branco”, às vezes construídas de pedra, eram usadas pelos portugueses como protecção contra o ataque de índios armados com flechas de fogo. Os cariocas da época se orgulhavam, como os de hoje, dessa denominação.
Mas naquele tempo o termo tinha conotação pejorativa, fruto do preconceito de portugueses e brancos de outras províncias, que usavam a palavra “carioca” para designar como negros os habitantes do Rio. Actualmente o termo tem sentidos variados. Ao pedir “um carioca” no Brasil ou “uma carioca” em Portugal, por exemplo, saiba que o cafezinho vai vir um pouco mais fraco.
No entanto, está não é a única explicação para a origem do termo “Carioca”. No período colonial (século XVI – século XVIII), os nascidos na capitania do Rio de Janeiro eram conhecidos por “carioca”, devido ao Rio Carioca, que era o rio que fornecia água potável à população (aqueles que “bebiam das águas do Carioca”).
A partir de 1783, por decreto de D. Luiz de Vasconcelos, então vice-rei do Brasil, foi criado um novo gentílico “mais civilizado” para o Rio de Janeiro, o “fluminense”, a partir do termo latino flumen, que significa “rio”, em alusão ao “Rio”.
Em 1834, através do Ato Adicional à Constituição de 1824, o município do Rio de Janeiro se separou da Província do Rio de Janeiro para constituir o Município Neutro, com administração vinculada diretamente à corte imperial brasileira. Como “carioca” é um termo indígena, os membros da Corte optaram por intitularem-se “fluminenses”, tendo “carioca” sobrevivido pelo uso popular, principalmente nas demais províncias do Império do Brasil.
Em 1891, após a Proclamação da República do Brasil em 1889, o Município Neutro transformou-se no Distrito Federal e a província do Rio de Janeiro transformou-se no estado do Rio de Janeiro. Em 1960, com a mudança da capital do país para Brasília, o antigo Distrito Federal tornou-se o estado da Guanabara, que adotou então oficialmente a designação “carioca” pela primeira vez para os habitantes do novo estado.
Com a fusão do estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, em 1975, o então estado da Guanabara passou a integrar o atual estado do Rio de Janeiro. Oficialmente, optou-se por “fluminense” como gentílico oficial do novo estado, reduzindo-se o gentílico “carioca” a gentílico municipal.
Contudo, a maioria dos habitantes do estado do Rio de Janeiro preferem a designação “carioca” a “fluminense” (especialmente na Região Metropolitana, Costa Verde e Região dos Lagos) e desde os anos 2000 o movimento “Somos Todos Cariocas” busca o reconhecimento de carioca como gentílico co-oficial do estado do Rio de Janeiro.
Prezados,
segundo Gastão Cruls (1888-1859) em seu livro “Aparências do Rio” surgem duas versões: uma apresentada neste site e a outra diz respeito ao fato dos nativos fazerem alusão as roupas dos europeus que aqui chegaram com um peixe “Acari” que tinha seu ninho (“oka” em tupi quer dizer casa, ninho, abrigo) pelo brilho de medalhas ou colares. Uma terceira vertente se deve ao governador Gomes Freire de Andrade (1733-1763) determinou, em 1744, a construção do Aqueduto da Carioca com pedra do país, diante do elevado custo da cantaria vinda do reino. Naquela época a cidade não tinha abastecimento de água e o rio mais próximo era o Carioca distante 15 quilômetros. Foi feito um aqueduto de Santa Teresa até a cidade. A expressão “carioca da gema” se referia aos que nasciam na cidade bebendo aquela água. Abraços para todos.