Conhecemo-las por varinas apenas porque os caprichos do uso e do tempo lhe retiraram uma letra que lhes traía a origem e indiciava uma história de migração. Uma migração dentro do próprio país, em busca da vida melhor que não conseguiam ter na sua terra natal, mais a norte de Portugal.

Começaram por ser Ovarinas, porque eram principalmente de Ovar, Murtosa e outras localidades perto de Aveiro, e vinham para Lisboa em busca de trabalho.

Mulheres de têmpera rija, habituadas às durezas do campo e da pesca, tornaram-se num símbolo da cidade, com os seus pregões e as suas vestimentas características, e também com a sua relativa liberdade e esperteza afiada na vivência de rua e de bairro.

Esta presença marcante não passou despercebida ao Estado Novo, que se apropria desta figura popular no seu discurso propagandístico.

As varinas foram também, por mérito próprio, fonte de inspiração para gerações de artistas que as retrataram nos mais diversos meios.