A Festa dos Tabuleiros é a celebração mais importante da cidade de Tomar, Portugal. Também conhecida como a Festa do Espírito Santo, realiza-se de 4 em 4 anos, nos meses de Junho ou Julho. Estes festejos, que fizeram a fama de Tomar, remontam às festas do imperador, instituídas por D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel, no quadro do culto do Espírito Santo.
Têm também a ver com práticas ancestrais de entrega das primícias das colheitas a Deusa Ceres e de celebração da fertilidade da terra.

E há ainda uma componente mais recente, também presente nas Festas dos Açores, com o seu quê de inspiração franciscana, de celebração igualitária da fraternidade e da partilha dos frutos da terra: o bodo e a ceia comum.
Segundo alguns autores a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres. Repare-se que Tomar era sede Templária, e a ordem do Templo sempre foi acusada pela inquisição de desvios doutrinários, senão de heresia, até ser extinta pelo Papa Clemente V em 1307.

Os símbolos do Espírito Santo estão bem presentes no alto tabuleiro que as raparigas transportam no cortejo: no topo a pomba e a coroa e de alto a baixo os pães enfiados em cana (aos quais se atribuíam virtudes milagrosas), flores de papel (tradicionalmente, papoilas) e, ainda, espigas.

No século passado encontram-se referências às festas do Espírito Santo, e até 1895 fazia-se o cortejo anual à Sexta-feira, por alturas do dia 20 de Junho.
Depois de 1914, passou a fazer-se ao Domingo.

A antiga tradição do sacrifício dos bois, cuja carne seria depois distribuída por todos (como acontecia no penedo, após a tourada à corda), manteve-se até 1895.
A partir de 1966, os bois do Espírito Santo voltaram ao cortejo, mas agora só com funções simbólicas. A última Festa dos Tabuleiros realizou-se em 2011.