Os celtas foram um grupo de povos organizados em múltiplas tribos e pertencentes à família linguística indo-europeia. As tribos célticas ocuparam a maior parte do continente europeu, desde a Península Ibérica até a Anatólia, parte ocidental da Ásia, correspondente hoje à Turquia. As invasões celtas datam de V e IV a. C. e do encontro dos invasores celtas com os nativos iberos, originaram-se os chamados Celtiberos, que poderia ser considerada a origem étnica do povo português.

Provavelmente celtas e iberos eram de mesma raça e em vez de guerrearem, resolveram fundir-se num só povo. Os hábitos religiosos eram idênticos, embora iberos preferissem sepultar seus mortos e os celtas cremá-los.
Os celtiberos, resultado da junção da cultura do povo celta e do povo nativo da Península Ibérica são representados, mais significativamente, pelos lusitanos, os Galaicos ou Gallaeci e os Cónios. Muitos especialistas no assunto consideram os Lusitanos como os antecessores dos portugueses.

A economia celta baseava-se na agricultura de subsistência. Era o excedente da produção agrícola dos camponeses, entregue como impostos ou rendas, que no fundo mantinha o chefe, a sua elite guerreira e os artífices. A natureza exacta do tipo de agricultura variava de acordo com o meio ambiente. No Norte da Gália, na Espanha e no Sul da Gália, predominava uma economia de agricultura baseada nos cereais, oliveiras e vinhas.
Os cereais mais cultivados eram: variedades de trigo, cevada, aveia, feijão, ervilha e lentilha. Além disso, cultivavam o linho para a produção de panos. Em termos tecnológicos, os celtas s não podem ser considerados atrasados. Usavam arados com partes em ferro e relhas, que conseguiam trabalhar os solos mais duros de modo eficiente.

As ovelhas eram criadas pela sua lã e leite e os porcos pela sua carne. A criação de cavalos destinava-se principalmente à guerra, sendo o gado a mais importante força animal. A maior parte das famílias de camponeses celtas era autossuficiente em relação às necessidades básicas: comida, roupas e utensílios, principalmente de cerâmica.
O principal estímulo para o comércio vinha da elite celta, devido às suas necessidades de ostentação de materiais ricos, como joias e boas armas, e de consumo visível de supérfluos, especialmente o vinho do Mediterrâneo.

Então, a função do comercio era essencialmente social. O mais provável e que a importação para esse consumo fosse paga, essencialmente, por produtos agrícolas, como cereais, peles e carne salgada.
Em Portugal, as regiões onde se percebe a presença celta são o Norte, antiga Gallaecia Bracarense e o Noroeste. Para outros, ainda, acrescentam: o Sul, no Alentejo, e no Algarve, Mas. como a presença e identidade celta foi destruída sistematicamente, se torna cada vez mais difícil encontrá-la. O povo português guarda traços e vestígios dessa presença céltica.
Nome Celta Latinizado | Nome actual |
---|---|
Alanobricae | Eiras em Santo Amaro |
Anóbrega | Ponte da Barca |
Arábriga | provavelmente Alenquer ou entre Sesimbra e Outão |
Arcóbica | provavelmente Torrão em Alcácer do Sal |
Arcóbriga | provavelmente perto de Braga |
Aritium Praetorium | provavelmente Tamazim, perto de Bemposta |
Aritium oppidum vetus | Casal da Várzea |
Aritium Vetus | Abrantes |
Aranni | provavelmente perto de Ourique |
Arandis | perto de Ourique |
Armona | ilha de Armona |
Auóbriga/ *Aóbriga | na região junto ao Rio Ave |
Equabona/Aquabona | Coina no Barreiro |
Auaron Pr. | Cabo de Santo André na Póvoa de Varzim |
Axábrica | Xabregas |
Bracara | Braga |
Brigância | Bragança |
Brita/s | |
Budens | Budens |
*Burrulóbriga | na região de Elvas |
Cetóbriga/Caetobrix | Setúbal |
Caeilobricoi | Castro Daire em Lamas de Moledo |
Calábria > Caliábriga | Castelo Calabre em Vila Nova de Foz Côa |
Caladuno | provavelmente Vilar de Perdizes em Montalegre |
Cambra<Calâmbriga | Vale de Cambra |
Cale | Vila Nova de Gaia; Portucale; Portugal; Porto |
Cântipo | Cantim |
Castelo Araócelo | São Cosmado em Mangualde |
Catraleuco | provavelmente Vila do Crato ou Castelo Branco antiga Castra Leuca |
Cidade dos Arávoros <Aravi> | Marialva |
Copilo | Leiria |
Conímbriga | Conímbriga |
Corúmbriga | provavelmente Coimbra |
Cottaiobriga | perto de Almeida |
Cíntia | Sintra |
Ebora | Évora |
Eburobrício | Óbidos |
*Eburobris / *Eburóbriga | na zona do Fundão |
*Elaneóbriga | na zona de Braga |
Evion | Alcácer do Sal |
Ercóbriga | |
Etóbrico | Alenquer |
Jerábrica/Gerábrica/Hierábrica | Entre Lisboa e Santarém |
Jurumegna | Juromenha no Alandroal |
Lacóbriga | Lagos |
Lamecum | Lamego |
Langóbriga | Fiães |
castello Letiobri | na zona de Braga |
Lemos | |
Lóbriga | Loriga |
Londobris | Berlengas |
Longóbriga | Longroiva em Meda |
Lubrigos | Vila Real |
Malaceca/Malateca (do celta *mal-aco-s, digno de elogio) | |
Medróbiga | Marvão |
Meidúbriga | povoação na Beira Alta |
Miróbriga | Miróbriga |
Miróbriga | Montemor o Velho |
Meríbriga/Merébriga | no Alentejo |
Meróbriga | provavelmente Sines ou no curso inferior do rio Mira |
Montóbriga/Mundóbriga/Mondóbriga | na zona de Castelo de Vide |
Moron | Almorol ou Montalvão |
Ocelum | Ferro talvez na Covilhã |
Pendráganum | Pedrógão |
Selióbriga | São Martinho de Pedrulhais em Sepins |
Talábriga | Lamas do Vouga |
Talábriga | Ponte de Lima, Estourãos |
Tameóbriga | na confluência dos rios Paiva e Douro |
Terena | Terena |
Tongóbriga/ Tuntóbriga | “capela dos mouros” no Freixo |
Tur(o)lobriga | na zona de Chaves |
Uxonoba | Urzelhe |
Vico Camalocense | na zona do Crato |
Vico Veniense | Cabeço de Lameirão em Meimoa |
Vipasca (do celta *vipo) | Aljustrel |
Lista de rios
Nome Celta | Nome actual |
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Ardila | rio Ardila |
Durius do celta dur, água. | rio Douro |
Migno, Minius | rio Minho |
Tamaca | rio Tâmega |
Notas
Tal como referido no início do artigo, os nomes celtas foram latinizados, daí que muitas localidades tenham um nome igual ou muito semelhante ao nome da época dos romanos. Havia duas povoações chamadas Mirobriga na Lusitânia. Ptolomeu refere três Arcóbrigas, uma na Celtibéria duas na Lusitânia.
Um pequeno erro, o nome associado a Leiria não está correto.
Queria dizer “Colipo” e não “Copilo, colipo era uma das capitais juridicas do império romano, fazendo dela uma das mais importantes de todo o império, que se localizava em Porto de Mós e não Leiria. O nome de Leiria quase não sofreu alterações, deriva da palavra “leira” que deriva do galaico-português medieval “laria” a partir do proto-celta, semelhante a “lar” em irlandês antigo.
Os celtas estableceram-se no alto onde hoje se encontra o castelo, e lá encontraram semelhanças ao seu lar na irlanda, daí o nome que ainda hoje resiste.
Resumindo, Colipo nunca foi o nome de leiria, uma vez que o nome é de origem celta, uma ocupação anterior a civilização romana.
Colipo é no concelho da Batalha no lugar da Golpilheira. A cidade referida nem existia na época romana.
Falta a Citania de Sanfins em Paços de Ferreira, uma das maiores da Peninsula Ibérica.
“Lubrigos”, actual Lobrigos (São João Baptista e São Miguel – duas Freguesias de Santa Marta de Penaguião, no Distrito de Vila Real). O actual monte de São Pedro (com Capela, em São João de Lobrigos), onde terá existido um castro, chamava-se na Idade Média, inícios do séc. XIII, “Monte Argemundanes”, constando do segundo Foral de Godim (Peso da Régua), de 1210; e “Arjemundães” no Foral Manuelino da mesma Godim.