VortexMag
  • Cultura
  • Sociedade
  • História
  • Viagens
  • Gastronomia
  • Lifestyle
No Result
View All Result
VortexMag
No Result
View All Result
Home História

D. Pedro IV: o Rei que doou o seu coração à cidade do Porto

O Rei D. Pedro IV ficou tão impressionado com as gentes do Porto que resolveu doar o seu coração à cidade. Conheça a história.

VxMag by VxMag
Dez 13, 2024
in História
0
D. Pedro IV

D. Pedro IV

Partilhar no FacebookGuardar no Pinterest

ArtigosRelacionados

Portugal já deu 2 Papas à Igreja

Portugal já deu 2 Papas à Igreja: conheça-os e descubra a sua história

Abr 30, 2025
Convento de Monchique

O convento esquecido de Monchique: um tesouro perdido no tempo

Mar 29, 2025
Almanjarras de Lisboa

Os Almanjarras: o elétrico aberto que marcou a história de Lisboa

Mar 23, 2025
Bandeira de Ceuta

A cidade Espanhola com um Brasão Português na sua bandeira

Mar 23, 2025

A cidade do Porto, conhecida pelo seu dinamismo e património, foi palco de um relacionamento único entre os seus habitantes e D. Pedro IV. Apesar de muitos reis terem deixado marcas ao longo da História de Portugal, poucos estabeleceram laços tão profundos com uma cidade. A doação do coração de D. Pedro IV ao Porto simboliza este laço e permanece como prova de uma devoção mútua.

D. Pedro IV nasceu a 12 de outubro de 1798 em Queluz, filho de D. João VI, rei entre 1816 e 1826, e de D. Carlota Joaquina. Durante a sua juventude, viveu um período conturbado, marcado por tensões políticas e pela transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808. Cresceu num clima de mudança que viria a moldar o seu destino político.

O reinado de D. Pedro em Portugal foi breve: subiu ao trono em 1826, mas rapidamente abdicou. No Brasil, porém, ganhou relevância como primeiro imperador, sob o nome de D. Pedro I, e consolidou uma imagem de liberal convicto.

A fama de conquistador acompanhou D. Pedro IV ao longo da vida. Do primeiro casamento, com D. Maria Leopoldina de Habsburgo, resultaram nove filhos (embora nem todos tenham sobrevivido), e o segundo, com D. Amélia de Beauharnais, gerou mais uma filha. Fora destes enlaces, nasceram também descendentes ilegítimos, reforçando a reputação de homem de paixões fortes.

O período em que o Porto esteve para sempre ligado a D. Pedro IV decorreu durante as lutas liberais de 1832-1833. A cidade sofreu o cerco das tropas miguelistas, enfrentou privações e viveu situações dramáticas.

Neste contexto, a lealdade e a coragem dos portuenses despertaram no monarca um profundo sentido de gratidão. A resistência da urbe inspirou-o e provou o empenho local em defender os ideais liberais, o que o impressionou profundamente.

Quando a vitória liberal finalmente se consumou, D. Pedro IV quis demonstrar a sua gratidão. Em 1833, a cidade voltou a respirar liberdade, mas as marcas da guerra civil mantinham-se visíveis na sua paisagem e na memória coletiva.

Apesar do desgaste provocado pelo cerco, o Porto não foi vencido. Foi por isso que D. Pedro IV decidiu visitar a Invicta, como refere a Ncultura, e exaltar as qualidades de um povo que, em apenas um ano, demonstrara uma enorme determinação.

Esta visita oficial decorreu entre 26 de julho e 6 de agosto, marcada por cerimónias de cariz civil, militar e religioso. Entre elas, destacou-se a entrega das chaves da cidade à Rainha D. Maria II, numa cerimónia onde participaram diversas figuras públicas.

Na Igreja da Lapa, realizou-se um “Te Deum” para celebrar o fim do cerco e prestar homenagem aos que resistiram. Durante este período, solidificou-se a profunda união entre o monarca e a população portuense.

O ato que eternizou este sentimento chegou algum tempo depois: D. Pedro IV manifestou em testamento o desejo de que o seu coração ficasse guardado na Igreja da Lapa, em sinal de apreço pelo Porto. O depósito do órgão concretizou-se em 1835, cumprindo a vontade do rei-soldado de perpetuar o amor que nutria pela Invicta.

Mais tarde, em 1837, um decreto redigido por Almeida Garrett determinou que as Armas da cidade passassem a incluir o coração em ouro de D. Pedro. O símbolo passou a figurar ao centro de um escudete de púrpura, sobrepujado por uma coroa de duque e encimado pelo dragão negro das antigas armas reais, além de conceder ao Porto o título de “Invicta”.

Este episódio constitui uma das mais notáveis ​​histórias de afeto entre um rei e uma cidade. O cerco de 1832-1833, as privações vividas pelos habitantes e o valor demonstrado em defesa do liberalismo contribuíram para esta ligação especial. A Invicta, que já se distinguiu em inúmeros momentos da História, ganhou, assim, um testemunho único de reconhecimento real.

D. Pedro IV morreu a 24 de novembro de 1834, em Lisboa, mas o seu coração permanece no Porto, lembrando o laço que uniu rei e povo numa altura decisiva para Portugal.

O legado deste monarca vive não só na memória coletiva de portugueses e brasileiros, mas também no património emocional da cidade, que conserva um símbolo raro de gratidão: o órgão de um rei que não quis afastar-se daqueles que o apoiaram.

Hoje, ao passear nas ruas do Porto, sente-se ainda o peso do património histórico deixado por D. Pedro IV. A Igreja da Lapa acolhe o seu coração, recordando a força dos portuenses no passado e a coragem que moldou o carácter desta cidade.

Mais do que um destino turístico, o Porto guarda no seu seio uma prova de amor e respeito, mantida viva pela memória de um rei que nunca esqueceu as suas gentes.

VxMag

VxMag

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Bolo de nozes com cobertura de chocolate
Gastronomia

Bolo de nozes com cobertura de chocolate: impossível comer apenas uma fatia

by VxMag
Mai 24, 2025
0

Este bolo de nozes com cobertura de chocolate é ideal para um lanche especial ou para adoçar qualquer celebração e...

Read moreDetails
Bolo de bolacha com cobertura de doce de ovos

Bolo de bolacha com cobertura de doce de ovos: perfeito para desfrutar em família

Mai 23, 2025
Pataniscas de pescada

Pataniscas de pescada: fáceis de fazer e perfeitas em qualquer ocasião

Mai 22, 2025
Estremoz

Estremoz: o castelo de mármore branco único em Portugal

Mai 21, 2025
Pataniscas de camarão

Pataniscas de camarão: fáceis de fazer e deliciosas

Mai 20, 2025
Entre o Tejo e a História: a surpreendente linha invisível que divide Portugal

Entre o Tejo e a História: a surpreendente linha invisível que divide Portugal

Mai 19, 2025

© 2024 Vortex Magazine

Mais infomação

  • Ficha Técnica
  • Quem somos
  • Política de privacidade
  • Estatuto editorial

Redes Sociais

No Result
View All Result
  • Cultura
  • Sociedade
  • História
  • Viagens
  • Gastronomia
  • Lifestyle

© 2024 Vortex Magazine