Nem todos os episódios da História de um País são feitos de glória. Por vezes, eles são feitos de erros, desilusões, sofrimento e… humilhações. Podem ser derrotas militares, decisões políticas ou imposições de outros países… descubra as 5 maiores humilhações da história de Portugal.
1. Derrota em Alcácer Quibir
Alcácer-Quibir foi o resultado de uma política desastrosa levada a cabo por um rei imprudente, que arrastou para a ruína a sua nação. Uma política expansionista impulsiva e obsessiva, destituída de uma estratégia consistente, que relegou o interesse nacional para segundo plano e deitou a perder a própria soberania do país.

Nos campos de Alcácer-Quibir o rei tomou as decisões militares erradas, contra a opinião dos seus próprios capitães, que conduziram à derrota total do exército português. Após a batalha de Alcácer-Quibir, de Oued El-Makhzen ou dos Três Reis, Portugal e Marrocos nunca mais seriam os mesmos.

Para Portugal, Alcácer-Quibir ficará para sempre como o maior desastre militar da sua história e pelo nascimento do mito do sebastianismo, que ainda hoje marca este povo triste e fatalista, à espera de alguém que o virá salvar num dia de nevoeiro.
2. União com o Reino de Espanha

A derrota na batalha de Alcácer-Quibir em 1578, que resultou na morte do jovem rei português D. Sebastião, ditou o fim da Dinastia de Aviz. O sucessor, seu tio Cardeal Henrique de Portugal, tinha 70 anos na época. À sua morte, em 31 de Janeiro de 1580, seguiu-se uma crise de sucessão, com três netos de D. Manuel I de Portugal a reivindicar o trono: Catarina, infanta de Portugal, duquesa de Bragança, António, Prior do Crato e Filipe II de Espanha.
A maioria dos membros do Conselho de Governadores do Reino de Portugal apoiou Filipe. Após partirem para Espanha, declaram-no o sucessor legal do Henrique. Perante a falta de uma decisão clara sobre a sucessão, os dois principais pretendentes passam à acção: o primeiro movimento foi de Filipe II, cujas forças castelhanas entram no Alentejo a 16 de Fevereiro, tomando sem resistência diversas praças. O Prior do Crato consegue um crescente apoio do povo, mobilizando a seu favor o sentimento patriótico e a recusa à aceitação de um monarca estrangeiro. Em 24 de Julho 1580 foi aclamado rei de Portugal pelo povo de Santarém, e, em seguida, em muitas cidades e vilas do país. Assumindo o título de D. António I, partiu para Lisboa onde foi recebido sem grande entusiasmo.
O Terço Espanhol comandado pelo terceiro duque de Alba, Fernando Pimentel marchou para a capital. Antes de entrar em Lisboa, o duque de Alba impôs às províncias portuguesas a sujeição a Filipe II. A 25 de Agosto travou a batalha de Alcântara, derrotando a força leal ao Prior do Crato chefiada por D. Diogo de Meneses. Enquanto isso, permitiu aos seus soldados saquear os arredores da capital, onde apreendeu um imenso tesouro.

Quando Filipe partiu em 1583 para Madrid, nomeou o seu sobrinho, o cardeal Alberto de Áustria como Vice-rei de Portugal sediado em Lisboa. Em Madrid, estabeleceu o Conselho de Portugal para o aconselhar sobre assuntos portugueses. O status de Portugal foi mantido pelos dois primeiros reis da União Ibérica, Filipe I e seu filho Filipe II de Portugal e III de Espanha. Ambos os monarcas deram excelentes posições a nobres portugueses nas cortes espanholas, e Portugal manteve uma lei própria, moeda e governo. Chegou a ser proposta a mudança da capital Real para Lisboa.
3. Derrota da Invencível Armada

A grande frota de navios de guerra chamada pelos espanhóis de Invencível Armada foi formada na Espanha para atacar a Inglaterra em 1588. Sua derrota diminuiu o poder da Espanha na Europa e também mudou a estratégia das batalhas marítimas.
O rei Filipe II da Espanha lançou-se à guerra por vários motivos. Queria restaurar o catolicismo na Inglaterra protestante, evitar que os ingleses apoiassem a rebelião nos Países Baixos, então domínio da Espanha, e, finalmente, impedir que o capitão inglês Francis Drake continuasse a saquear os navios espanhóis que transportavam tesouros da América para a Espanha. Filipe II pretendia invadir a Inglaterra com 30 mil soldados, mas antes precisava derrotar a marinha de guerra inglesa.
A Armada deixou a Espanha em maio de 1588, com 130 navios e 27 mil homens. Chegou ao canal da Mancha no final de Julho e travou algumas batalhas. Em 8 de Agosto os ingleses obtiveram uma vitória decisiva. Eles contavam com menos navios, mas tinham canhões de maior alcance. Isso impedia que os espanhóis se aproximassem para atacar as embarcações inglesas.
Sob bombardeio inimigo e fustigada por grandes tempestades, a frota espanhola fugiu para o norte, contornando a Escócia na tentativa de voltar à Espanha. Apenas sessenta navios retornaram.
A derrota dos espanhóis salvou a Inglaterra da invasão. Essa foi a primeira grande batalha marítima da história do mundo decidida por canhões. Depois dela, e por centenas de anos, navios de guerra armados com canhões dominaram os mares.
4. O mapa cor-de-rosa e o ultimato inglês

O Mapa Cor-de-Rosa desenhava novas fronteiras no Império africano ligando Angola e Moçambique. Os ingleses, que sonhavam com um caminho-de-ferro ligando a África do Sul ao Egipto, impõem um ultimato aos portugueses: Ou esquecem o mapa ou têm guerra. Ficou conhecido por “Mapa Cor-de-Rosa” o mapa desenhado por Portugal – e aceite internacionalmente – onde os territórios entre Angola e Moçambique ficariam sob sua administração.
Nesse sentido a coroa portuguesa tinha realizado várias expedições exploratórias à zona, entre elas a conduzida por Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens que fizeram a ligação terrestre entre Angola e Moçambique em 1884. A pretensão de unir as fronteiras de Angola e Moçambique entrou em choque com as pretensões britânicas que pretendiam ligar o Cairo à África do Sul. Para obrigar os portugueses a recuar o Governo da rainha Vitória faz um ultimato a Portugal em 1890.
A Inglaterra é a potência dominante da época. Ameaça Portugal com uma guerra caso continuasse com a pretensão de manter o Mapa Cor-de-Rosa. O rei D. Carlos, coroado recentemente, protesta, mas não pode fazer mais do que recuar. A população portuguesa também se levanta em protestos e os republicanos aproveitam a situação para mostrar o que chamam a fraqueza da monarquia.
5. A 1ª Guerra Mundial em Moçambique

Na Grande Guerra de 1914-18, o exército português sofreu a sua maior derrota em África desde Alcácer Quibir. No Norte de Moçambique morreram mais soldados portugueses do que na Flandres. Não tanto pela razia das balas alemãs. Mais pela fome, pela sede, pela doença e pela incúria. Minada pela vergonha, a I Guerra em Moçambique acabou votada ao esquecimento. Não tinha lugar numa nação que até 1974 sonhava com um império ultramarino.
O historiador Marco Arrifes escreveu que “o soldado desconhecido de África é bem mais desconhecido que o da Flandres” e desde os dias da guerra até hoje não faltam argumentos para comprovar a sua tese. Em África combatia-se, de acordo com a ideologia e o direito da era colonial, pela defesa do território nacional.
Em África, principalmente no norte de Moçambique, morreram mais soldados portugueses do que nas trincheiras da Flandres, não tanto pelo efeito das balas mas mais por causa da impreparação, da incúria, da fome e da sede, da loucura das febres, do paludismo e da disenteria.
Mas nem isso bastou para que a Grande Guerra em África tivesse merecido a atenção que os historiadores, os políticos e a generalidade da opinião pública devotaram ao Corpo Expedicionário Português na Europa.
Até hoje, as campanhas em África permanecem envolvidas numa relativa aura de esquecimento colectivo. Só muito recentemente uma nova geração de historiadores decidiu desenterrar o tabu e verificar a dimensão da tragédia que aconteceu em Angola e, principalmente, em Moçambique.
glad or not, we loose our naval army and troops and never recover for such loose, after that we loose control of our monopoly in the indico Ocean and our ships were attacked by English and Dutch ships, loosing the control of the sea and many colonies.