Quem foram os primeiros Transmontanos? Muito antes das invasões romanas , por volta de 218 a.c, sabe-se que já habitavam na Península Ibérica os povos Ibéricos. Para melhor entender a origem Transmontana, vamos iniciar uma viagem ao passado, até à pré-historia da península ibérica.
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Primavera em Foz Côa – guizel
Segundo os investigadores, a chegada dos primeiros hominídeos, à Península Ibérica, foi à cerca de 1,2 milhões de anos e que se prolongou até às guerras púnicas, e pensa-se também que os primeiros que a habitaram foram os povos autóctones conhecidos como ibérios.
Ibéria 200 anos A.C |
Varias teorias, relatam que, teriam sido eles os criadores da grande cultura megalítica que teve início em Portugal e outra seria que, os Iberos seriam de origem caucasiana, e teriam construído oppida muito semelhantes às mesmas construções encontradas na Escócia.
Seria então, na idade do ferro, por volta de 1200 a.c, que se deu a expansão das tribos Indo-Europeus, de origem celta, cujo falariam a língua proto-indo-europeia. Essa língua, pelo que se sabe, teve origem próxima, do Mar negro, no oriente.
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Douro – Susana Soares
Nesse período de expansão, foi o prelúdio dos Celtibéricos, oriundos da região do Douro, Tejo e Guadiana, resultado das tribos migrantes dos celtas da Lusitânia, que foram todo o berço da Península.
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Galécia |
Os Galaicos também conhecidos por Calaicos sofreram a pesada derrota do Décimo Júnio Bruto por volta de 137 a.c.
Foi nesse período que nasceu a Galécia “Gallaeccia”, ver imagem, essa que foi dividida administrativamente, pelo imperador romano Diocleciano, em 3 conventi:
- Convento asturiense, capital Asturica Augusta;
- Convento lucense, capital Lucus Augusti;
- Convento bracarense, capital Bracara Augusta;
Em 406 d.c, os Alanos, Suevos e Vândalos chegaram à Hispânia, período das migrações bárbaras. Nesse ciclo os Suevos mais os Búrios foram empurrados pelos Alanos para noroeste.
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Chaves
Como poderemos ver, com apoio aos mapas (imagens), o Distrito de Trás-os-Montes e Alto Douro foi palco de transformações e divida por tribos, invasões romanas, migrações bárbaras e que somente no inicio do condado Portucalense, pertencente ao Reino da Galiza, deu o nascimento do reino de Portugal, que por sua vez iria dar origem à Região Transmontana.
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Douro – Luís Gomes
Só por volta de do século XVI, Trás-os-Montes iria ser reconhecida como Região. A partir do século XVII, a região passou a ser dividida em comarcas, cada uma com o seu corregedor. A região passou, então, a ser apenas uma unidade estatística e uma região militar comandada por um governador das armas. No início do século XIX, Trás-os-Montes incluía as comarcas de Bragança, Miranda, Moncorvo, Vila Real.
A região de Trás-os-Montes manteve-se na divisão administrativa de 1832. Nessa altura passou a dispor de um prefeito — magistrado que representava o governo central — e de uma junta geral de província — órgão autárquico, eleito localmente. A região passou a estar dividida nas comarcas de Bragança, Chaves, Moncorvo e Vila Real.
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Chaves
As comarcas, que não eram sede de região, dispunham, cada uma de um sub-prefeito, que representava o prefeito. Pela reforma administrativa de 1835, Portugal foi dividido em distritos.
A divisão, em regiões, manteve-se, mas estas passaram a ser meros agrupamentos de distritos para fins estatísticos e de referência regional, sem órgãos próprios. A Região de Trás-os-Montes passou a agrupar os distritos de Bragança e de Vila Real.
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Vale da Vilariça
A região, agora com a designação de Trás-os-Montes e Alto Douro e englobando alguns concelhos na margem esquerda do Douro, foi reinstituída pela reforma administrativa de 1936, em conformidade com a Constituição de 1933 (Estado Novo).
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Arribas do Douro – Rui Videira
As novas regiões, foram criadas, com base num estudo geográfico que identificava 13 “regiões naturais” no território de Portugal Continental. A região natural de Trás-os-Montes e a região natural do Alto Douro, foram agrupadas na região de Trás-os-Montes e Alto Douro.