Portugal é um dos países da Europa com mais castelos. Ao todo serão quase 500. A razão? Um país com pouca população com a necessidade de proteger o seu território contra os ataques de inimigos mais poderosos e numerosos. Os castelos do Algarve são um bom exemplo disso mesmo.
Construídos para defender o Algarve contra espanhóis, mouros e até incursões de piratas, estes castelos são hoje testemunhos vivos das lutas dos nossos antepassados para preservar a integridade de um território conquistado a muito custo.
Alguns dos castelos do Algarve estão em mau estado de conservação e torna-se urgente apostar na sua reabilitação, seja como museus, pousadas ou atracções turísticas. No entanto, outros continuam altivos e imponentes a deslumbrar quem os visita. Descubra alguns dos mais bonitos castelos do Algarve.
1. Castelo de Silves

O Castelo de Silves, que se eleva no ponto mais alto da cidade, é uma obra notável da arquitectura militar e um dos postais de visita da região. Afinal, é o maior castelo do Algarve.
Depois de ter sofrido vários revés que abalaram a estrutura, muitos dos quais fruto de sismos, foi alvo de reforma na década de 1940. A fortaleza tem uma dimensão considerável, incluindo um total de 11 torres, duas das quais que flanqueiam a porta de entrada.
O Castelo de Silves já foi várias vezes alvo de trabalhos arqueológicos que permitiram encontrar uma série de estruturas e artefactos que contam a história da cidade e dos povos que por ali passaram.
2. Castelo de Tavira

O Castelo de Tavira foi construído pelos mouros entre os séculos IX e X por cima das ruínas de uma antiga fortificação militar fenícia do século VIII a.C.
O Castelo sofreu obras ao longo dos séculos por causa da importância de Tavira para a coroa portuguesa e por causa das constantes batalhas que Tavira enfrentou, tendo sido constantemente disputada por árabes, portugueses e espanhóis.
Já no século XIX, depois de uma epidemia de cólera ter dizimado grande parte da população, o castelo foi usado como cemitério.
3. Forte de São João do Arade

Em Ferragudo, situado numa localização estratégica na margem do Rio Arade, fica o forte de São João, cuja origem remonta ao séc.XVII.
Reconstruída após o terramoto de 1755, esta construção militar continuo sendo utilizada até ao final do século XIX, época em que foi vendida em hasta pública, sedo adquirida pelo poeta Coelho Carvalho que a transformou em residência particular.
O forte encontra-se bem conservado e para além de uma muralha que liga a praia da Angrinha à Praia Grande, possui ainda diversas guaritas e um jardim.
4. Castelo de Paderne
É um dos sete castelos representados na bandeira de Portugal. Construído na segunda metade do século XII, durante a ocupação árabe, o Castelo de Paderne, no concelho de Albufeira, é um dos exemplos mais significativo da arquitectura militar muçulmana na Península Ibérica.
É considerado Monumento Nacional desde 1971. Esta fortaleza tem a distinção de ter sido construída em taipa no período almóada, durante a última fase da ocupação muçulmana da península Ibérica.
5. Castelo de Lagos

A sua construção começou no tempo dos romanos, embora tenha sido com a conquista muçulmana que foi ampliado e reforçado. Até 1755, foi a Casa dos Governadores do Algarve, data em que foi afectado por pelo tsumani que se seguiu ao grande terramoto. Após a sua reconstrução, foi reconhecido como Monumento Nacional.
6. Castelo de Castro Marim
Construído no século XIII, durante o reinado de D. Dinis, é considerado um dos mais significativos monumentos da Idade Média na região. Encontra-se integrado na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António onde se pode desfrutar de uma deslumbrante vista panorâmica sobre o rio, o sapal, a serra, as salinas e as praias do litoral. Todos os anos, no Castelo de Castro Marim, decorre a feira medieval que deve visitar pelo menos uma vez.
7. Castelo de Aljezur
Erguido numa altura em que a ribeira de Aljezur era navegável, este castelo data do séc. X, do período da ocupação árabe. Com o passar do tempo e a diminuição da importância estratégica da região, o Castelo de Aljezur foi consequentemente deixado ao abandono, e, apesar de ter sido recuperado durante o reinado de D. Manuel I, a estrutura acabou por ser definitivamente largada à sorte.
Mas a História nacional passou por lá e, por tal, em 1977, a fortaleza foi classificada como Imóvel de Interesse Público, o que permitiu trabalhos de consolidação e reparação das muralhas e da torre principal, os únicos sobreviventes ao terramoto de 1755.
Hoje, as ruínas do castelo recebem vários visitantes, bem como algumas actividades culturais. A vista, essa, está sempre lá, a abarcar a planície, o Cerro das Mós e as Serras de Espinhaço de Cão e Monchique.
8. Castelo de Loulé

O início da construção do castelo data do século VIII na altura do domínio muçulmano da Península Ibérica. Com a tomada da povoação em 1249 pelas forças de D. Afonso III, as defesas do castelo foram melhoradas, contudo de forma insuficiente, uma vez que por ocasião da crise de 1383-1385, temendo uma invasão das forças de Castela, foi mandado reforçar a torre principal do castelo.
As muralhas do Castelo de Loulé seriam ainda reforçadas no período dos Descobrimentos. As suas ruínas restauradas têm hoje em dia o Museu Municipal de Arqueologia de Loulé, onde se exibe uma interessante colecção de fragmentos da Idade do Bronze e da cerâmica romana. Além disso é possível ver as ruínas mouras escavadas graças ao solo de cristal.