O gengibre está entre as plantas e raízes mais consumidas por causa dos seus muitos benefícios para a saúde. O seu consumo tornou-se popular para aliviar pequenos desconfortos ou precaver certas doenças.
Trata-se de uma raiz, originária da Ásia, que pode ser consumida em chá (aliás, o chá de gengibre é uma das melhores formas de consumir este alimento). Também pode ser consumida seca ou moída, como condimento.
Para aliviar a náusea, como anti-inflamatório, neutralizar a gastrite, flatulência ou diarreia, acelerar o metabolismo e aumentar a libido, melhorar a circulação e combater enxaquecas, acalmar a dor menstrual, fortalecer as defesas e ajudar a adormecer… O gengibre é muito procurado e usado por vezes em exagero.
Por isso mesmo, existem situações em que ele deve ser evitado ou, pelo menos, consumido de forma mais moderada. Descubra algumas das contra-indicações do gengibre.
1. Em caso de hipertensão
A hipertensão é uma alteração causada acumulação de cálcio no coração e nos vasos sanguíneos. Quando esse mineral se acumula, a velocidade com que o sangue viaja nas artérias aumenta, causando um aumento na pressão sanguínea. É uma doença que requer revisão médica para o seu correcto diagnóstico e tratamento.
O gengibre, sendo um alimento que controla a pressão sanguínea, tem a propriedade de bloquear os canais de cálcio para que este não entre em excesso nas veias e artérias, diminuindo a pressão sanguínea. Por este motivo, diz-se que o gengibre ajuda a aliviar a hipertensão. No entanto, tomar gengibre é muito arriscado se já tiver hipertensão e pior ainda se for combinado com o tratamento da hipertensão.
A razão para esta contra-indicação é que, combinada com os medicamentos que tratam a hipertensão, ocorre uma potencialização do bloqueio dos canais de cálcio, causando uma queda perigosa da pressão arterial que é muito prejudicial à saúde.
Outra razão muito importante é que o consumo de gengibre pode ser muito irregular em quantidades e tempos; portanto, a substituição deste ingrediente por medicamentos pode causar alterações significativas na pressão sanguínea que, longe de ajudar, pioram.
Como já mencionado, a hipertensão é uma condição que deve ser controlada sob supervisão médica, e é importante saber que o gengibre é contra-indicado para pessoas com esta doença, pois pode comprometer seriamente a saúde.
2. Quando combinado com medicação anticoagulante
Tal como acontece no uso de medicamentos para hipertensão, as propriedades anticoagulantes do gengibre em combinação com um tratamento anticoagulante aumentam a reacção do medicamento, aumentando a possibilidade de hemorragia interna.
Por este motivo, o gengibre é contra-indicado quando como tratamento anticoagulante ou se estiver a tomar algum medicamento para este fim, como naproxeno, ibuprofeno, aspirina, entre outros.
Sendo assim, recomenda-se que consulte o seu médico sobre os possíveis efeitos anticoagulantes dos medicamentos que toma. Caso o médico confirme que os medicamentos que lhe prescreveu possuem este efeito, deve evitar consumir gengibre.
3. Diabetes
Embora o gengibre em si não seja um problema para as pessoas com diabetes devido ao seu baixo conteúdo glicémico, deve consultar o seu médico caso o pretenda consumir.
O médico poderá rever as quantidades e moderá-las ou, se considerar melhor, suspender o uso, pois existem diversos estudos que alertam para possíveis contra-indicações do gengibre em caso de diabetes, principalmente em quantidades elevadas.
O gengibre pode provocar um aumento de insulina e fazer diminuir o nível de açúcar no sangue. Isto provoca alterações bruscas e intensas no nível glicémico que podem ser graves caso sofra de diabetes.
4. Gravidez e aleitamento
O uso de gengibre durante a gravidez gera controvérsia. Sabe-se que uma das propriedades desta planta é aliviar a náusea, razão pela qual muitas mulheres a consomem, especialmente nos primeiros meses de gestação.
Por outro lado, como já foi mencionado, uma das contra-indicações do gengibre deve-se ao seu efeito anticoagulante, que pode ser perigoso durante o período da gravidez.
Por estes motivo, não existe uma posição definitiva em relação ao seu uso durante a gravidez e o recomendado é que, antes de consumi-lo, consulte o médico e de preferência, evite o seu uso, sobretudo nos últimos meses de gestação.
O mesmo se aplica ao seu uso durante a amamentação. O gengibre tem sido considerado contra-indicado durante o aleitamento. No entanto, uma pesquisa realizada pela APILAM (Associação para a Promoção e a Pesquisa Científica e Cultural do Aleitamento Materno) considera que o consumo de gengibre durante a lactação é seguro e não foi comprovado que cause problemas para a mãe ou para o bebé. Em caso de dúvida, consulte o seu médico.
5. Pessoas com distúrbios do sangue
O consumo de gengibre pode ser perigoso para quem sofra de hemofilia. Isto sucede por causa das propriedades anticoagulantes desta planta, já referida anteriormente. Caso padeça desta condição e esteja a tomar medicação, não deve consumir gengibre.