Não há nada mais perturbador num dia de praia do que excesso de pessoas. Estragam tudo: o sossego de apanhar sol na toalha, os mergulhos no mar, até o simples ato de tirar uma selfie junto à água. É por isso que andamos cada vez mais à caça de praias selvagens, secretas ou simplesmente paradisíacas, que de preferência não sejam muito conhecidas para não estragar as férias a ninguém.
A Praia dos Coelhos, na Arrábida, já não é tão secreta como era há uns anos. Ou simplesmente no ano passado. Infelizmente o boom de procura na Serra da Arrábida estendeu-se além da praia de Galapinhos, e embora não seja ainda assim tão grave, também já não é mesmo, mesmo secreta. Mas não poderíamos deixar de inclui-la: a água maravilhosa, a areia branca, a imponente serra nas suas costas. É demasiado bom para guardarmos só para nós.
Na Costa de Caparica, a praia da Adiça permanece ainda em segredo. Nem muita gente a conhece, quem sabe da sua existência evita passar por lá — a descida é longa e íngreme. Se não for preguiçoso, está escolhida a próxima praia. Lá em baixo a paisagem é deslumbrante, sem correr o risco de enfrentar uma multidão.
1. Praia da Adiça (Costa da Caparica)

Detesta estar na água rodeado por pessoas, odeia toalhas de desconhecidos a tocarem na sua ou pessoas a jogar à bola ou ténis a dois palmos do seu nariz? Perfeito, aqui não há nada disto. E está na Costa de Caparica, portanto não teve de andar muito para aqui chegar. É uma praia de nudistas, porém o caminho difícil desmotiva muitas pessoas de irem lá. Resultado: a praia é quase sempre toda sua.
2. Praia da Ursa (Sintra)

Não tem infra-estruturas nem equipamentos, a descida é longa e acidentada (conte com pelo menos uma hora) e é particularmente popular entre nudistas. A escolha do nome deve-se à enorme pedra em forma de urso que existe na praia, que fica ao lado de outra formação rochosa chamada Gigante.
O areal tem aproximadamente 50 metros de extensão, mas quando a maré está alta não há muito espaço para estender a toalha. De resto, é uma praia selvagem no seu melhor.
3. Praia da Aguda (Sintra)

Com um pequeno areal com aproximadamente 500 metros, esta praia selvagem nem sempre tem muito sítio onde estender a toalha e proporciona sempre uma viagem difícil — o acesso é feito por uma escadaria de difícil acesso, onde é preciso ter cuidado com os degraus. Tirando isso, está numa praia única e pouco frequentada.
Não se aproxime das arribas, porém — há um elevado risco de queda das mesmas, e foi por isso mesmo que em 2008 deixou de ser classificada como praia. Se vir que não tem espaço suficiente para manter a distância de segurança, o mais seguro é seguir caminho.
4. Praia da Ribeira do Cavalo (Sesimbra)

Prepare-se para trocar os chinelos pelos ténis, as malas de praia pelas mochilas e o sossego de estacionar à porta da praia por um relativamente longo trilho íngreme que vai ter de ultrapassar — a descer e a subir. O caminho é perigoso em determinados momentos, por isso recomenda-se todos os cuidados.
Quando chega lá abaixo, porém, percebe que o caminho de aproximadamente 15 minutos compensou. Muito. A areia limpa e branca parece aconchegá-lo na toalha, a água é um pouco fria mas parece tirada de uma qualquer praia paradisíaca lá fora.
Se preferir, pode fazer o percurso de barco. Há transfers a garantirem o transporte para lá, assim empresas turísticas que organizam atividades como snorkeling, passeios de caiaque ou paddle.
5. Praia das Bicas (Sesimbra)

A sul da praia do Moinho de Baixo, próximo do Parque de Campismo Campimeco, fica a praia das Bicas. Procurada sobretudo por praticantes de surf e bodyboard, não tem vigilância e quase não tem infra-estruturas.
Ainda assim, compensa com a água límpida e o extenso areal. O acesso também não é muito difícil, uma vez que há uma escadaria de madeira que desce a falésia.
6. Praia da Foz (Sesimbra)

Não é muito conhecida na região, portanto a Praia da Foz pode ser uma boa opção para quem quer estar longe da confusão. O mar às vezes é agitado, formam-se algumas correntes, por isso aconselha-se algum cuidado. Tirando isso, é desfrutar dos banhos, da areia límpida e das falésias maravilhosas.
7. Praia do Magoito (Sintra)

Linda, pequena, acolhedora, uma paisagem única, o paraíso. É esta a descrição perfeita para a Praia do Magoito, onde difícil só mesmo entrar às vezes na água — costuma ser fria. Tirando isso é aproveitar a envolvência soberba e a ausência de confusão.
8. Praia do Rio do Prata (Sesimbra)

Rodeada por um extenso pinhal, a Praia do Rio do Prata fica perto do Meco e tem um areal com um tamanho simpático. É muito procurada por nudistas, uma vez que foi uma das primeiras praias pensadas para esta prática em Portugal. O acesso ao areal é feito pelo meio da mata.
9. Praia da Samarra (Sintra)

Tem um areal mesmo, mesmo muito pequenino (são apenas 50 metros), mas é um local único. A Praia da Samarra está rodeada de arribas onde pode encontrar a planta silvestre cravo-romano, exclusiva desta região. Já tem uma história para contar. Para a foto há uma habitação com as paredes em pedra, que dão um toque especial à paisagem.
A descida é feita quase a pique pela falésia, mas a beleza compensa tudo. A beleza e o sossego — por ali só passam geralmente os amantes de aventura, desportos radicais ou pescadores.
10. Praia dos Coelhos (Arrábida)

Que a Serra da Arrábida é rica em praias extraordinárias, ninguém tem dúvida. Temos a premiada Praia de Galapinhos, o sempre popular Portinho da Arrábida e a igualmente fantástica Praia da Figueirinha. São todas maravilhosas, mas a Praia dos Coelhos tem qualquer coisa de especial.
Antes da enchente de pessoas à Arrábida podíamos dizer que era pouco conhecida, agora já não é bem assim mas a sua beleza mantém-se (quase) intacta — areia branca, águas cristalinas e a imponente serra nas suas costas.