Grandes, pequenas, formosas, circunspectas, imponentes ou frágeis. Dão, sem pedir nada. E são, simplesmente. Respiram, respiram-nos e fazem respirar. Amam, amam-nos e fazem-nos amar. Conta-se que um jovem cavaleiro cansado de travar batalhas infindáveis e de desfecho previsível refugiava-se na floresta. As árvores ouviam-no pacientemente e um dia decidiram falar-lhe.
Localizada no Concelho de Sátão a rainha das árvores do concelho é sem dúvida o famoso Eucalipto de Contige à beira da Estrada Nacional 229, que liga Viseu ao Sátão e que segundo registos locais foi plantada quando se abriu a Estrada das Donárias.
O Eucalipto de Contige é uma árvore gigantesca e como o próprio nome sugere trata-se de um eucalipto, mais especificamente de um Eucaliptus globus Labill. Mede de Perímetro, a cerca de um palmo do solo, mais de doze metros e tem mais de cem anos, tendo alegadamente pertencido à família Soares de Contige.
Contudo há alusões de propriedade a duas famílias do concelho, nomeadamente aos Garcia de Mascarenhas, de Rio de Moinhos, e aos Xavier do Amaral Carvalho, também daquela freguesia, – famílias que no séc. XIX se uniram em casamento e eram vizinhas tanto em Contige como naquela outra freguesia, – e que tinham casas naquele local, o qual lhes foi – a propósito da construção daquela estrada – expropriado o terreno.
Apercebendo-se contudo da monumentalidade da dita árvore, esta não foi cortada, fazendo com que o perfil da estrada lhe faça a devida “vénia”; desenhando então a dita estrada um “esse” como para se desviar deste belo espécime.
No seu conjunto de altura, copa e perímetro junto ao solo, pode considerar-se, hoje, a maior árvore de Portugal.
Se depende-se de mim já tinha tombado, ele e o resto dos Eucaliptos.